João Eichbaum
Márcio Thomás Bastos é (ou foi) incensado pela imprensa como
o melhor advogado do Brasil. Em cima disso ele constrói sua tabela de honorários. A fama dele cresceu a tal ponto que se dá o direito de cobrar milhões por seus trabalhos.
A quem o viu no caso Cachoeira e conhece os meandros da
profissão de advogado não escapa a conclusão de que ele não é nada disso que
dizem. Tanto que seu cliente, preso há meses, continuou preso, apesar dos
vários “habeas corpus” impetrados.
E o que fez o “melhor advogado do Brasil”? Deixou seu cliente
na mão.
Tido como uma das melhores expectativas no caso do
“mensalão”, seu trabalho só não pode ser considerado vulgar, porque há muitos
advogados que de retórica nada entendem, não dominam o vernáculo, não possuem
qualidades para colocar força de convicção no discurso, têm um vocabulário
reduzido e com seus argumentos desossados levam os assistentes aos bocejos e os ministros à sesta. Em
comparação com esses colegas seus, é claro que o Thomás Bastos se sobressai.
Mas ontem, o Brasil inteiro teve oportunidade de conhecer um
advogado brilhante, que nunca foi incensado nem paparicado pela imprensa: Luiz
Francisco Corrêa Barbosa, o “Barbosinha”.
Adestrado na arte de falar, altissonante e fluído, Barbosinha
sabe se portar na tribuna. Faz da ironia o seu melhor argumento, esbanja presença de espírito, raciocina com lógica e
graça. Tudo com o repousado domínio de quem sabe o que está dizendo. Durante
sua sustentação oral, nenhum ministro cochilou.
Ele foi o único brasileiro que, num ato solene, de viva voz,
teve coragem para levar ao ridículo o falastrão Lula, atribuindo-lhe, com aguda
ironia, os apostos de safo e doutor “honoris causa”.
Mal terminada sua sustentação oral, com a qual também
massacrou sem dó nem piedade o Procurador Geral da República, que outra reação
não teve senão encarar o advogado com um olhar de vaca raivosa e sonolenta, o nome do
Barbosinha já percorria os noticiários. Em sua tese também não poupou o STF,
mostrando a falta de intimidade dos ministros com o Código de Processo Penal.
Perseguido, tripudiado e injustiçado pelo Tribunal de Justiça
do Rio Grande do Sul, expulso da Ajuris, Barbosinha deu a volta por cima,
subindo ao topo da lista dos melhores advogados deste país.
Alguém por aí se lembra do nome dos desembargadores que o
condenaram ou dos juízes que o expulsaram de sua Associação?
Um comentário:
Gostei muito do artigo. Verdade que o advogado não conseguiu vincular o malfalado presidente, aquele que nunca sabia de nada, ao processo. Isso não lhe tira a razão. E essas moças, ou moços que sejam, do jornalismo, são muito afoitos mesmo, falando do que não sabem.
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