João
Eichbaum
Deu
no jornal: “após três anos de convivência sob o mesmo teto, duas mulheres e um
homem decidiram regularizar a situação matrimonial e estabelecer, em cartório,
as mesmas regras atribuídas ao casamento”. Foi lavrada e publicada no Diário
Oficial do Estado de São Paulo a “Escritura Pública de União Poliafetiva”.
O
quê? Vocês estão escandalizados?
Sei,
sei, apreensivos pelo que pode acontecer: a porteira está aberta. Depois
daquela aberração histórica do Supremo Tribunal Federal, permitindo que a bicharada
toda saísse dos armários, tudo é possível. Está tudo permitido pelo voto do Luiz Fux, aquele ministro que não sabe escrever e faz rodeios e viravoltas, não sabe
como chegar ao assunto, mas vai fundo, mesmo atropelando o vernáculo. Olhem só
as asneiras antológicas que o Fux prega:
Tem-se, pois, que a proteção constitucional da família
não se deu com o fito de se preservar, por si só, o tradicional modelo
biparental, com pai, mãe e filhos.
Bem ao contrário, a Constituição de 1988 consagrou a
família como instrumento de
proteção da dignidade dos seus integrantes e do livre exercício de seus
direitos fundamentais, de modo que, independentemente de sua formação –
quantitativa ou qualitativa –, serve o instituto como meio de desenvolvimento e
garantia da existência livre e autônoma dos seus membros.
Dessa forma, o conceito constitucional pós-1988 de família despiu-se de materialidade e
restringiu-se a aspectos meramente instrumentais, merecendo importância
tão-somente naquilo que se propõe à proteção e promoção dos direitos
fundamentais dos indivíduos.
Viram só?
Não sou eu que digo.
Está escrito, mal escrito, mas escrito no voto do Luiz Fux, que foi acolhido até
pelo ex-seminarista Peluzo, sobrinho do bispo. Todo mundo fora do armário.
Não tem mais essa de
“modelo biparental”. Não existe mais modelo de família, quer do ponto de vista
qualitativo, quer do ponto de vista quantitativo.
E quem conhece o voto
do Fux sabe que, para o boneco, (vocês não acham que ele tem cara de boneco de
ventríloquo com aquela peruca pastosa e ondulada?) entre os direitos fundamentais do indivíduo assume
papel relevante a liberdade sexual, no pior sentido: de dar o quê e para quem
quiser...
Estamos cada vez mais
perto do fundo do poço, meus amigos! Estão querendo acabar com a terceirização
dos serviços de cama! Estão querendo eliminar aquela figura tradicional que
alavanca o PIB de qualquer país, movimentando o comércio de jóias e presentes,
e rendendo bons honorários para advogados e detetives: a amante.
Um comentário:
De fato, é demais. Onde irá parar "isso". Teses absurdas, acolhidas pela maioria (ou unanimidade) no Supremo. Famílias de dois pais, de duas mães, fora do modelo "biparental". Que se pode fazer, Eichbaum?
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