O
JUIZ
João
Eichbaum
Reza
um velho ditado: “quem com farelo se mistura, porcos o comem”. E outro:
“dize-me com quem andas, dir-te-ei que manhas hás”.
Há duas
semanas atrás, a revista Veja publicou uma reportagem pontilhada de
interrogações e insinuações sub-reptícias, mostrando o ministro Teori Zavaski a
esbanjar sua ilibada conduta numa festa de casamento.
Casava
um filho do advogado Eduardo Ferrão, amigo de longa data do viúvo Zavaski. Tudo
seria normal se esse advogado não fosse defensor de executivos da empresa OAS,
encrencada na operação Lava Jato, e a festa não fosse realizada no Ceará, a
léguas de distância do domicílio do ministro.
Teori
posou sorridente para fotografias e apareceu também sorridente e participativo,
sem demonstrar desconforto por estar na companhia de pessoas que têm muito
interesse em suas decisões na mencionada
operação.
Nelson
Jobim, Ellen Gracie e César Asfor Rocha são figuras que gravitam em torno da
operação Lava Jato, atendendo a interesses de seus clientes. José Sarney tem a
sua filha Roseana metida na encrenca. Todos estavam na festa.
A
amizade com os advogados dos réus não serve de motivo para a suspeição do juiz.
Mas importa muito, quando se trata de preservar a imagem do Poder Judiciário.
Qualquer decisão que favoreça os amigos de Zavaski será atribuída à amizade e
não ao Direito. E eventuais maledicências atingirão o Judiciário como um todo.
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