POLÍTICA
João Eichbaum
O Estado do Rio Grande do Sul está entregue à cabeça
de um professor de filosofia, que foi seminarista e continua com cara e jeito
de padre com bigode. Gringo de Antônio Prado, a maior preocupação dele é como ganhar
dinheiro para tocar um negócio, e não como tocar um negócio para ganhar
dinheiro.
Antecederam-no, no status de governador, um
militante de esquerda que largou a advocacia e se entregou de corpo e alma à
profissão de político, porque a mulher garantia o orçamento da casa, uma
professora de economia que ganhou espaço na TV, um dentista, e um bancário que
passou a vida fazendo greves.
Depois de toda essa gente, o Estado caiu em
bancarrota e a máquina administrativa enferrujou, emperrou. E a razão é
extremamente simples, dispensa filosofia:
além de incompetentes na administração, os políticos só se preocupam com o
orgasmo do poder.
Esse gozo exige negociatas. Negociatas de tudo
quanto é jeito. Mas o jeito mais comum é o “toma lá e dá cá”. Tipo suruba: é
dando que se recebe. O eleito tem que
cumprir os rituais de troca, senão perde a sustentação política, vira manchete
negativa e é apeado do poder.
É claro que tal política não tem em mira o bem estar
do povo, a organização do Estado, a distribuição do bem comum. Qualquer um se
torna “secretário de Estado”, sem um currículo de competência e capacidade no
ramo. Ou, a que mais se pode atribuir a falta de segurança, saúde e educação?
Sem falar nesses mapas de crateras, apelidados de estradas, nas pontes que não
resistem a uma semana de chuva, e no sumiço de tudo quanto pagamos em impostos.
Todo esse descalabro é
festejado como democracia, um regime em que o povo tem liberdade para ser
fodido e mal pago, a fim de que os políticos vivam na perenidade da glória e do
poder. Amén.
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