TU QUOQUE, MORO?
João
Eichbaum
Há
alguns bons juízes no Brasil. Mas há também os
“doutores” de toga, cujo idioma é o “enrolês”. Eles são incapazes de
escrever um texto claro e correto. E suas turvas decisões acabam desembocando
no absurdo.
Há
os que não trabalham: entregam suas decisões a assessores, secretários e
estagiários, cujo método de trabalho é o seguinte: Ctrl + C e Crtl + V, ou seja, copiar e colar.
O
juiz Sérgio Moro, que foi guindado à condição de estrela do Judiciário, parecia
fazer parte da primeira classe e talvez seja assim considerado pelos mortais
comuns.
Seu
último feito, porém, deixa muito a desejar em matéria de Processo Penal. Ao
decretar a prisão de José Carlos Bumlai, amigo de Lula, o popular magistrado
lançou mão de um argumento estranho ao ordenamento jurídico. Segundo o
meritíssimo, o comportamento de Bumlai teria “o potencial de causar danos não
só ao processo mas também à reputação do ex-presidente, sendo necessária a
preventiva para impedir ambos os riscos.”
Em outras palavras disse o juiz que mandava
prender Bumlai para evitar influxos maléficos do fazendeiro sobre o Lula. Ou
seja, para que ele não corrompesse a imagem da única vestal da política
brasileira, conhecida como Lula da Silva.
Pode?
Não pode. Mas, enquanto a gente se recompõe da perplexidade, ouve a pergunta
estupefata de Caio Júlio César, atravessando os séculos: “até tu, Moro”?
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