sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

CONTRADIÇÕES DA MITOLOGIA CRISTÃ
João Eichbaum

Contardo Calligaris, da Folha de São Paulo, pergunta em sua crônica publicada ontem: “... num pequeno exercício de teologia natalina, no meio da missa de meia-noite, pensei: mas ele vem nos salvar de quê? De qual falha ele nos reabilita ou nos absolve? Afinal, antes de ele chegar, o que era pecado?”

Evidentemente, ele se refere à figura central do cristianismo, Jesus Cristo. Para justificar toda a lenda do referido personagem, a Igreja Católica o tem como filho de Javé, o deus judaico adotado pelo cristianismo.

Segundo essa mesma lenda, Jesus teria sido mandado ao mundo para salvar a humanidade, redimindo os pecados dela e a encaminhando para o reino dos céus.
A pergunta feita por Contardo Calligaris é extremamente simples, muito pertinente, e poderia ser feita por qualquer pessoa que olha pelo prisma da racionalidade a vida e os fatos que compõem a história do homem.

Essa dita salvação da humanidade teria consistido, segundo a mitologia cristã, na crucificação do dito Jesus Cristo, razão principal de sua descida a esse “vale de lágrimas”.

Ao deus Javé, como a muitos outros deuses criados pela imaginação do homem, comprazia o sangue. Por isso, os judeus sacrificavam animais, como aves e cordeiros, para lhe aplacar a volúpia ou lhe puxar o saco. Era o modo de comprazer ao Senhor, enfim.

O cristianismo não se satisfez com aves e cordeiros. Criou a figura de Jesus Cristo, cujo sacrifício Javé teria exigido, para salvar a humanidade do pecado, segundo consta no Novo Testamento.

Acontece que a humanidade, se não está igual, ficou bem pior depois da chegada de Jesus Cristo. O povo vai à missa, ao culto, reza voltado para Meca, mas faz guerra, rouba, mata, explora o próximo, vai pro motel com a mulher do vizinho, etc. etc...

Então, a conclusão a que se pode chegar é de que de nada adiantou a vinda de Jesus Cristo. Seu sangue foi derramado em vão, ou Javé ficou satisfeito por algum tempo, mas depois retomou o mau humor, que o fez expulsar Adão e Eva do paraíso.

E assim se esvai a doutrina cristã, porque continua proporcionando, a quem faz uso da razão, a pergunta que fez Contardo Calligaris: Jesus Cristo veio nos salvar de quê, mesmo?


quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

SUTILEZAS PÓS NATALINAS

Carlos Maurício Mantiqueira*

Um saudoso professor insistia na correta pronúncia das palavras:

"Babador é o infante que baba; a peça de seu vestuário destinada a recolher a saliva é o babadouro!”

Por falar em vestuário, o adequado a cada ocasião, é chamado em castelhano (espanhol) de “atuendo”, em inglês, de “attire” e, em francês, de “tenue”.

Em português, chamamo-lo de traje, fatiota, modelito ou figurino.

No começo do século vinte, havia uma musiquinha que tratava da elegância dos homens que passeavam na Avenida Central (hoje, Rio Branco) na capital federal (então, o Rio de Janeiro):

"Todo catita, vai pela avenida, cartola escolhida e luvas de pelica...”

Já nos anos vinte daquela centúria a moda havia mudado.

Hoje em dia, mal se reconhece o “bicho” que vai dentro de um “jeans” rasgado e uma camiseta regata, barba por fazer, e sandália de dedo.

A moda lixo igualou os “niños bien” aos “zé manés”.

Na era da pasteurização global, do pseudo luxo de massa (fake), talvez só a linguagem (a maneira de se expressar) nos permite distinguir uma pessoa bem educada de outra, xucra.

A moderna gastronomia, por sua vez, é um escárnio à civilização.

Muitos voltaram a comer com as mãos!

As “iguarias” são de dar asco.

Entrincheiremo-nos no feijão com arroz, batata frita e bife.
Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
Fonte: Alerta Total



quarta-feira, 27 de dezembro de 2017


PENSAMENTOS DO RUI ALBERTO
Temer,o deficiente exegeta de duas caras, fissurado na grana da previdência, nomeia ex-esposa de Gilmar para cargo de R$ 27 mil por mês em Itaipu...

As adoráveis mensagens de Natal.
As "meninas" são três: A minha "ex", nossa filha e nossa netinha... Eu e meu filho somos nós. Temos que juntar ao grupo das meninas a "norinha", mas estes dois estão noutro país frio como gelo de glaciar alpino.
Onde as meninas estão não há sinal para Internet nem para telefonia. Só radio-amador. Amanhã vão comer um churrasquinho de ovelha. Preocupada com o irmão, num desses raros momentos em que junto a uma estrada conseguiu um vislumbre de sinal, me ligou para avisar o irmão, lá na terra do gelo, que está tudo bem mas que estão fora do ar....
Avisei meu filho pelo "off" do face e recebi uma fantástica mensagem de natal. O pessoal nascido em Portugal, no Norte principalmente, e que por lá tenha vivido pelo menos até os 4 ou 5 anos aprende que família é para se amar toda a vida, longe ou perto, com ou sem comunicações. Amigos também...
Não vou transcrever as mensagens, ditas do coração, sem imagens, mas abri uma garrafa de vinho agora mesmo, fora de horas, abri o panetone, comi as ultimas castanhas que sobraram e me senti feliz, muito mais que sempre, gritando aos céus:
Obrigado, Universo !... Esta vida vale a pena...

Acalmai-vos neste verão. No próximo talvez tenhamos que trabalhar de noite, dormir de dia pra enfrentar a canícula, a solama, soalheira, o mormaço...
Temer indultando bandido e ministro da justiça defendendo, aumenta a temperatura...
Nossos "governantes" são uma bosta ... Tudo bandido beneficiando bandido.



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terça-feira, 26 de dezembro de 2017

QUANDO UM RICO VAI PARA A CADEIA
João Eichbaum

"A manifesta inadmissibilidade dos embargos infringentes ora opostos, na esteira da jurisprudência desta Suprema Corte, revela seu caráter meramente protelatório, razão por que não impede o imediato cumprimento da decisão ...” Nesse excerto se concentram todos os fundamentos que levaram Paulo Salim Maluf para a prisão.

Dessa indigência dialética se pode extrair a estapafúrdia conclusão de que os embargos infringentes foram opostos “na esteira da jurisprudência da Suprema Corte” e por isso revelam “seu caráter meramente protelatório”. Claro, não foi isso que Fachin quis dizer. Mas, disse, e desnudou, mais uma vez, as dificuldades que enfrenta, ciscando em adjetivos e advérbios, para expressar uma ideia.

Todavia, não se pode censurar o mau uso do vernáculo daqueles que vestem a toga de ministro do STF. Afinal, “notório saber jurídico” não pressupõe erudição, domínio da linguagem, capacidade de julgamento. Basta ficar alguns anos ouvindo o blablabá dos professores na faculdade. Uma boa memória gravará o “saber jurídico”.

O desate da questão não demandaria as voltas que o Fachin deu “na esteira da jurisprudência” da Suprema Corte, para determinar a prisão de Paulo Salim Maluf.

No artigo 609 do Código de Processo Penal, bem como em seu parágrafo único, não há previsão de embargos infringentes, quando se tratar de julgamento de instância única. Não é propriamente a jurisprudência do STF que os exclui, mas a letra da lei. Fachin não foi feliz no seu enunciado, mas acertou, usando caminhos diversos.

A prisão de Maluf, com 86 anos, trôpego, sofrendo câncer de próstata, disco de hérnia, problemas cardíacos e limitação de movimentos, mexeu com alguns juristas, certamente porque, na contramão, o Garotinho era mandado para casa, as tornozeleiras da mulher do Cabral eram afrouxadas e, mais uma vez, o “rei dos ônibus”, obtinha alvará de soltura, por ordem de Gilmar Mendes.

Claro, não é bem assim. Cada caso é um caso em Direito Penal. O caso do Maluf nada tem a ver com os demais, que receberam a complacência de Gilmar Mendes, esse indiscutível merecedor do troféu “libertadores da América”.

O que mais chama a atenção, nesse episódio, porém, é a pressa do Instituto dos Advogados de São Paulo. A entidade se reuniu para invocar os direitos humanos, o Estatuto do Idoso e os “princípios da ONU”, em favor de Maluf. Mas acabou, atestando desconhecimento do sistema legal de execução da pena e dos limites da função jurisdicional de cada juiz.

A pressa dos doutores não combina com as manobras de lesma responsáveis por um triste Natal na cadeia.  Mas, podem ficar tranquilos. Não precisam pensar em vaselina. Os nove corpulentos e tatuados companheiros, que disputarão com Maluf o único vaso sanitário da cela, têm direito às visitas íntimas. Essas, de certo, lhes arrefecem os efeitos da quarentena sexual...

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

MISSA DO GALO
Maria Lucia Victor Barbosa*

Dia destes ouvi muito ao longe, ecoando num sonho assombrado por reminiscências da infância, o cantar de um galo. Contraste com o urbano de asfalto e prédios, de trânsito e violência, aquela sonoridade foi acalanto que momentaneamente amorteceu os impactos da vida sofridos entre uma esperança e outra.

Percebi, então, com a nitidez que só os olhos do espírito possuem, que o canto do galo é evocação de algum momento do passado. Vem envolto em brumas do amanhecer para anunciar o dia, onde nunca sabemos o que sucederá. Tem uma intimidade esse som com quintais cheios de ciscares, de romãs pendendo de galhos para oferecer sua beleza rubra e apetitosa, de jabuticabeiras que serpenteiam em troncos retorcidos os negrores adocicados de suas uvas tropicais!

De novo cantou o galo em lonjuras que minhas sensações alcançaram. No sol que se elevava do horizonte aquela melodia combinou com uma expectativa alegre, um desabrochar de esperança desenhada nos labirintos do existir. Reconforto. Aconchego. Rede balançando. Risos perdidos no tempo das travessuras. Renascimento. Era isso que vinha marulhando pelo vento da aurora. Uma ternura estridente se expandia naquele ondear sonoro. Um chamamento para o mundo acordar. O galo, pensei, é o arauto da existência.

Nesta véspera de Natal, onde o verdadeiro conteúdo da comemoração se esvai, veio-me também, numa associação de ideias a Missa do Galo. Qual bispo teria batizado desse modo a missa, que no passado era celebrada à meia-noite com a solenidade de um ritual falado em latim? Naquele tempo que nem tão longe está, as mulheres cobriam a cabeça com véus rendados, o que as tornava bonitas e vaporosas para combinar com os mistérios do ritual. As casadas usavam mantilhas pretas, e as solteiras, brancas. Era um sinal de respeito ao local sagrado. Em algumas catedrais a música que vinha do órgão com toda a pompa do instrumento, intercalava-se com a angelical melodia dos corais que subia aos céus em espirais para louvar a Deus.

Depois da Missa do Galo, a ceia, a sobremesa da esplendorosa torta de frutas, o abrir dos presentes, a confraternização familiar. No presépio, o nascimento do Menino Jesus finalmente colocado na manjedoura entre Maria e José, em meio aos pastores e aos bichinhos de massa que olhavam espantados a estrela de papel dourado equilibrada por sobre a gruta.

*Escritora

FONTE: Alerta Total

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

ONÇALVE-SE QUEM PUDER

Carlos Maurício Mantiqueira*

O melhor presente de Natal que poderemos receber é uma intervenção.

Caso não ocorra o país virará uma zorra.

Um brilhante filósofo, imagina um cenário inponderável.

A eleição de um canalha ladrão.

O indigitado que conta com incomensuráveis recursos “mocozados” algures, agora aparece como vítima em documentário adrede preparado por um tal Institute Lawfare.

Se dona Onça não tomar providências e chegarmos a ter eleições com urnas fraudadas, o desastre estará consumado. Como se diria em tempos idos, estaremos tout court fodidos.

A situação é de tal gravidade que nos impede de sermos polidos.

Assim, chamaremos as pessoas e coisas por seus próprios nomes e atributos.

Perjuros serão os que se furtarem a cumprir seu dever de salvar a Pátria ameaçada.

Por covardia, preguiça ou cooptação, terão os omissos se auto degradado.

Estou como o Quixote; prostrado no chão e com a espada do vencedor apontada para seu pescoço, ouviu seu vencedor dizer: “Reconheça que Dulcinéia é uma rameira!”

A resposta: “Mate-me, pois não posso viver sem minhas ilusões !”

Prefiro morrer a imaginar o Exército de Caxias desonrado.

Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
Fonte: Alerta Total


quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

PENSAMENTOS DO RUI ALBERTO*

O velho Kirk Douglas nasceu em 09 de dezembro de 1916, quando a primeira guerra mundial estava ainda na metade. Ele continua vivo, uma lenda do cinema.
Eu aposto que ele completa 101 anos dia 09... Se você também acha, tecle um, se acha que não, tecle 2. Se acha que vai virar múmia, tecle 3. Se acha que ainda o vão denunciar por assédio sexual, tecle 4... Se quer voltar ao início do papo, volte ao inicio do papo...
O compreensível "ódio" aos (ou inveja dos) americanos
- Primeiro veio o Keiser do Império Austro-Húngaro e começou a comer a Europa... Ai ai ai, chamaram os americanos!
- Depois veio o Hitler , o Mussolini e o Hiroito e começaram a comer a Europa outra-vez. Chamaram os americanos...
- Depois vieram os soviéticos e os chineses e começaram a comer o mundo pelas beiradas. Era a guerra fria. Chamaram os americanos, pintou a operação Condor, guerra do Vietnam, mas resolveu-se também...
- Depois vieram os do Estado Islâmico e começaram a cortar gargantas de povos inteiros, nações... E chamaram os americanos... Resolveram mas ainda falta... Jerusalém é de Israel e sempre foi.

Os EUA são a verdadeira ONU... Quem vai para a ONU em N. York vai pra gastar dinheiro dos estados e fazer compras usando a mala diplomática que não passa pela fiscalização do aeroporto. A ONU é uma diversão com acesso a toda a Disney de Costa a Costa... Bruxelas é a ONU européia com acesso ao mundo de Astérix... Por lá, e compreensivelmente, ninguém quer resolver problemas senão as instituições acabam...

 



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terça-feira, 19 de dezembro de 2017

TAL POVO, TAIS POLÍTICOS
João Eichbaum

Fotos nas redes sociais mostram uma senhora idosa, varrendo o lixo que se acumula, vergonhosamente, na passarela que leva à estação do trem suburbano (Trensurb) em Sapucaia do Sul.

Os noticiários da imprensa, como também as redes sociais, revelam a insanidade de bagunceiros, torcedores do Flamengo, praticando toda a espécie de selvageria, com depredações e atos de violência, porque seu time foi eliminado de um campeonato.

Uma tal de Anitta foi eleita a mulher do ano. Mas não me perguntem o porquê. Também foi escolhido como melhor cantor, ou coisa que o valha, uma pessoa que atende pelo nome de Pablo Vittar, da qual ninguém com certo nível de cultura pode dizer alguma coisa.

Da administração do país, como um todo, entregue a políticos, só duas coisas tomam corpo nos noticiários e nas conversas de bar: incompetência e corrupção. Mas, gente, quem é que escolhe os melhores, em qualquer coisa, neste país? Quem é que adora os ídolos criados pela mídia? Quem é que escolhe os políticos?

Claro, é o povo. Sim, aquela parte do povo, em cujo caráter não há lugar para a retidão e a perfeição. Aquela parte que picha, que suja, que acumula lixo, que, empanturrada de adjetivos chulos, xinga oponentes nas redes sociais, que promove quebradeiras por causa de futebol. Esse mesmo povo, cheio de detritos intestinais desviados para a cabeça, acaba se sobrepondo à minoria civilizada, à minoria que não se deixa embriagar por demagogos e estelionatários políticos.

O voto deles, do povo que não respeita o direito dos outros, é o que acaba prevalecendo. A mesma irracionalidade que os leva à prática de selvageria, os leva também a escolher políticos.

Então, jogadores de futebol, artistas, participantes de programas vulgares de televisão, acumulam votos para arrastar consigo vilões, corruptos, velhas raposas. Graças a uma farsa chamada quociente eleitoral, o parlamento se torna um grande balcão de negócios, onde o que menos conta são os interesses da nação.

Resultado: a barganha corre solta entre Executivo e Legislativo: toma lá e dá cá, é dando que se recebe. Tais contubérnios acabam parindo os Geddéis da vida, ministros disso e daquilo. Esses, por sua vez, escolhem administradores de autarquias ou empresas estatais que só prestam maus serviços, onde o lixo se acumula, e sanitários, elevadores, escadas rolantes não funcionam, como no Trensurb. Esse é o espelho no qual se mira o povo. Nele só há lugar para políticos, e celebridades de mídia. Mas, não para a velhinha que se preocupa com o asseio, nem com a professora que morreu, salvando crianças numa escola tomada pelo fogo.



segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

PLANETACHO
OH!OH!OH!

PINHEIRINHO
A crise é tanta que tem gente fazendo vaquinha para comprar o presépio

É PURA MANHA
Garotinho iniciou uma greve de fome em Bangu. Não deve ganhar nada do Papai Noel este ano

FORA CARTINHA
Tudo que o Temer queria de Natal é aprovar a reforma da Previdência. O bom velhinho, que não é bobo, jogou sua cartinha fora...

NATAL
Papai Noel ainda não confirmou presença no evento deste ano

EM SAMPA
Doria autorizou moradores a fechar ruas nobres com portões. O fosso com crocodilos continua pendente

PALHAÇADA
O filme brasileiro Bingo não foi selecionado para o Oscar. O roteiro conta a história de um palhaço totalmente sem escrúpulos, mas não ao ponto de usar dinheiro público para viajar até o local de seus shows...

A VOZ
Marília Mendonça é a artista mais ouvida no país. A crise é muito mais do que econômica e política...


Então os três reis presentearam o Menino Jesus com incenso e mirra e um botijão de gás...

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

O GRITO DOS INSATISFEITOS
João Eichbaum

A burrice e o egoísmo do homem não têm limites. A primeira, muitas vezes, é consequência do último. Nos tempos de rede social, ambos se evidenciam. Havendo o  Facebook se tornado o instrumento de projeção do indivíduo no grupo, os predicados acima mencionados se pronunciam das formas mas variadas.

Todo o mundo se acha no direito de dar pitacos sobre qualquer assunto, como se fosse dotado de autoridade para fazê-lo. Mas, o fazem, principalmente, para defender ideias próprias, posições que dizem respeito, antes de tudo, ao ego.

Assuntos que não comportam o ingrediente da racionalidade, como religião, política e preferências sexuais, pontificam nas mais variadas manifestações. O sujeito não consegue se libertar dos efeitos da lavagem cerebral a que sua família o submeteu na infância e lá está ele, nas chamadas redes sociais, vociferando contra os ateus: quer que todo mundo pense como ele.

Tal como a religião e as crenças, o fanatismo político imbui o indivíduo de tal forma, que ele se recusa autoritariamente a aceitar ideias contrárias. Com isso, não consegue escapar ao vexame de revelar a burrice: desconhece sua condição de animal gregário. Querendo que todo mundo pense como ele, ignora que da boa convivência social decorre sua paz de espírito.

Ultimamente, o fanatismo açambarcou uma legião de idólatras da própria sexualidade. A tal de ideologia do gênero virou tema de modernidade e, tanto na imprensa como nas redes sociais, vem sendo metida goela abaixo das pessoas, como fosse uma condição necessária para a convivência do animal humano.

Pera lá. A escala de valores não pode ser invertida, porque assim o querem pederastas e lésbicas. Há muitas coisas no caminho do homem pela terra, que precisam ser repensadas, antes dos problemas sexuais, que são estritamente pessoais e não representam uma importância de que dependa o progresso da humanidade.

Há muita violência, há muito ódio, há ódio que chega, separando os homens. Não há necessidade de atiçá-lo ainda mais, com assuntos que – repita-se – dizem exclusivamente com o indivíduo. Há muita fome no mundo. Há crianças morrendo de fome, há gente morando na rua, catando lixo, vivendo abaixo de qualquer conceito de humanidade. Que se resolvam primeiro essas misérias humanas. Enquanto isso não acontecer, que cada um cuide da própria  intimidade. Ou procure um especialista, para resolver suas frustrações.



quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

AO BASTARDO DESCONHECIDO

Carlos Maurício Mantiqueira*
Em minha já longa vida, vi, uma única vez, um monumento contra uma pessoa.

Foi em Bruxelas, há mais de quarenta anos e o personagem execrado foi o então Duque de Alba, governador dos Países Baixos (Se a memória não me falha !).

Lembro-me de ter lido a inscrição (tradução livre): “Em memória das atrocidades cometidas pelo Duque de Alba”.

Por se tratar de algo feito “contra” alguém, eliminamos o risco de ser obra de puxa-sacos.

Aqui em Pindorama, teríamos o paraíso dos escultores se fôssemos erigir uma estátua enxovalhando a cada um dos filhos da... (vocês sabem).

Aliás, é quase impossível identificar todos eles, dada a precariedade dos computadores infernais.

Um país (mais especificamente, uma cidade) que mandou demolir o merecido monumento em louvor a um de seus mais brilhantes filhos Olavo Bilac, realmente vive num estágio pré-socrático.

O medo de retaliações impede que se conheça a verdade sobre poderosas figuras.

Assim, proponho a edificação de um marco granítico, em forma de vaso sanitário, como memorial dos canalhas safos da justiça humana mas condenados pela Divina.

Aqui se faz; aqui de caga.

Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
Fonte: Alerta Total



quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

PENSAMENTOS DO RUI ALBERTO*

Eu tinha um grande amigo aqui em Cabo Frio, meu vizinho. Era flamenguista doente, aposentado da Inteligência do Exército, e fundamos a Associação de Moradores aqui do Loteamento. O muro da casa dele está cheio de emblemas do flamengo e a bandeira ainda lá está a meio pau ..
Conversávamos muito, tomávamos muita cerveja juntos com outros amigos e familiares em patuscadas semanais... Tínhamos a mesma linha de pensamento em geral. Ele faleceu quando trocava um marca-passo. Isso não deveria acontecer com esse grau de fatalidade.
Para nós, um dos nossos maiores "energúmenos" públicos, considerados bandidos em opinião particular e com razões, era o Marcos Mendes... Nunca entendemos porque o chamam de "marquinhos" como se fosse um guri do bem... Ele tinha um casarão construído em área de reserva ambiental, vistas sobranceiras sobre o mar...
A operação "Basura", que significa Lixo em espanhol, ainda vai botar o Marcos Mendes no lixo político e na cadeia...
Valdeci , já falecido, vai rir muito, a bandeiras despregadas... Eu também, esteja como estiver onde estiver... Bandido é que tem que chorar.


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terça-feira, 12 de dezembro de 2017

UM REINO ENCANTADO EM BRASÍLIA
João Eichbaum

Hélio Schwartsman, da Folha de São Paulo, em crônica intitulada “Abaixo a Monarquia”, não esconde sua perplexidade diante da existência da monarquia ainda nos dias de hoje. “Não vejo aqui nenhum raciocínio para justificar que um grupo de pessoas, apenas por ter nascido numa família, goze de um estatuto jurídico diferente daquele conferido ao restante dos cidadãos” -  diz ele.

Mas, o Hélio não se deu conta de que no deserto da miséria, do desemprego, da violência, das mortes por omissão do Estado, nessa republiqueta chamada Brasil, de longe se avista um oásis. De lá, uma Corte, que não pertence a esse mundo, projeta sua magnificência.

Nessa Corte vivem- ou flutuam - onze ministros, que não são reis, nem príncipes e não têm sangue azul, mas se apuram como se majestades fossem e se comportam como deuses.

O mundo deles é outro. Eles se enclausuram na “turris eburnea”, a torre de marfim que os separa do mundo e os preserva de todas as maldades e misérias que assolam as demais criaturas desse país.

Do orçamento da União, no ano passado, suas majestades, ops, suas excelências abiscoitaram uma quantia digna de qualquer reino, com todas as pompas e circunstâncias: quinhentos e cinquenta e quatro milhões, setecentos e cinquenta mil, quatrocentos e dez reais. Para quem não sabe: é  dinheiro do trabalhador tosquiado pela Fazenda.

Não é para menos. Poucos são os reinos que contam com tantos pajens. Certamente porque, para a arte de viver, seus valores são outros, as onze excelências têm a servi-los: 306 estagiários, 25 bombeiros, 85 secretárias, 293 vigilantes, 194 recepcionistas, 29 encadernadores, 116 serventes de limpeza, 24 copeiros, 27 garçons, 8 auxiliares bucais, 12 auxiliares de desenvolvimento infantil, 58 motoristas, 7 jardineiros, 6 marceneiros, 10 carregadores de bens, 5 publicitários, 19 jornalistas. A tudo isso se somam assistência médica e odontológica, cursos de joga, massagem e oficina de respiração (?), auxílio-funeral e auxílio-natalidade.

Essa folclórica diversidade de funções monta um mundo de fantasia construído sobre as ruínas dos princípios estabelecidos no artigo 37 da Constituição Federal. Nesse mundo se abrigam o desdém pela miséria, o deboche da pobreza e as consciências ofuscadas pelo esplendor da vaidade. Sua ostentação afronta a inteligência do contribuinte, mas atiça a devoção dos impávidos e eternos aduladores da toga.

Nenhum autor de histórias de fantasia conseguiu reunir tanta quimera em obras literárias. Mas, o Supremo Tribunal Federal, por obra de um gênio qualquer, chegou lá. Um gênio insensato, descomprometido com a ética e a responsabilidade social. Enroscado em tais predicados, ele não poderia ser juiz em lugar nenhum do mundo. Mas sua obra  assumiu a hierarquia dos encantos que se eternizam: ninguém, até hoje, teve força moral, peito ou bigode, para destruí-la.


domingo, 10 de dezembro de 2017

PLANETACHO
Sejamos reticentes...
A ALEGRIA
Tiririca fez seu primeiro e último discurso no congresso. O palhaço colocou fogo no circo...

FLORES
Desde que o empresário dos transportes Jacob Barata mandou flores para Gilmar Mendes, muito gente tem se perguntado se foi algum arranjo...

NA FILA
A fila para cirurgias é tão grande que se desconfia que a Polícia Federal ande fazendo mais operações que o SUS...

ESTUDOS 
Cabral vai fazer o Enem para cursar história. Devia fazer matemática, onde já especialista em subtração...

BOM VELHINHO
O Papai Noel é como qualquer cidadão brasileiro comum depois da tal reforma da Previdência. Nunca irá se aposentar...

LAMENTO
Tinha um filho só, mas depois dos constantes aumentos do gás dizia ter cinco bocas para sustentar...

PELO LADRÃO
O Brasil ultrapassou a Rússia e agora tem a terceira  maior população carcerária do planeta. Imagine se o Gilmar Mendes não liberasse tanta gente do xilindró....

CONTRADIÇÃO
 O governo diz que, se a reforma da Previdência não for aprovada, as pessoas nunca mais poderão se aposentar. Sempre lembrando que, se for aprovada, também...

DINHEIRO

Bitcoin é uma espécie de dinheiro que só existe virtualmente. É tipo assim o salário do funcionalismo público do Rio Grande do Sul...