sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

CONTRADIÇÕES DA MITOLOGIA CRISTÃ
João Eichbaum

Contardo Calligaris, da Folha de São Paulo, pergunta em sua crônica publicada ontem: “... num pequeno exercício de teologia natalina, no meio da missa de meia-noite, pensei: mas ele vem nos salvar de quê? De qual falha ele nos reabilita ou nos absolve? Afinal, antes de ele chegar, o que era pecado?”

Evidentemente, ele se refere à figura central do cristianismo, Jesus Cristo. Para justificar toda a lenda do referido personagem, a Igreja Católica o tem como filho de Javé, o deus judaico adotado pelo cristianismo.

Segundo essa mesma lenda, Jesus teria sido mandado ao mundo para salvar a humanidade, redimindo os pecados dela e a encaminhando para o reino dos céus.
A pergunta feita por Contardo Calligaris é extremamente simples, muito pertinente, e poderia ser feita por qualquer pessoa que olha pelo prisma da racionalidade a vida e os fatos que compõem a história do homem.

Essa dita salvação da humanidade teria consistido, segundo a mitologia cristã, na crucificação do dito Jesus Cristo, razão principal de sua descida a esse “vale de lágrimas”.

Ao deus Javé, como a muitos outros deuses criados pela imaginação do homem, comprazia o sangue. Por isso, os judeus sacrificavam animais, como aves e cordeiros, para lhe aplacar a volúpia ou lhe puxar o saco. Era o modo de comprazer ao Senhor, enfim.

O cristianismo não se satisfez com aves e cordeiros. Criou a figura de Jesus Cristo, cujo sacrifício Javé teria exigido, para salvar a humanidade do pecado, segundo consta no Novo Testamento.

Acontece que a humanidade, se não está igual, ficou bem pior depois da chegada de Jesus Cristo. O povo vai à missa, ao culto, reza voltado para Meca, mas faz guerra, rouba, mata, explora o próximo, vai pro motel com a mulher do vizinho, etc. etc...

Então, a conclusão a que se pode chegar é de que de nada adiantou a vinda de Jesus Cristo. Seu sangue foi derramado em vão, ou Javé ficou satisfeito por algum tempo, mas depois retomou o mau humor, que o fez expulsar Adão e Eva do paraíso.

E assim se esvai a doutrina cristã, porque continua proporcionando, a quem faz uso da razão, a pergunta que fez Contardo Calligaris: Jesus Cristo veio nos salvar de quê, mesmo?


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