quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

AO BASTARDO DESCONHECIDO

Carlos Maurício Mantiqueira*
Em minha já longa vida, vi, uma única vez, um monumento contra uma pessoa.

Foi em Bruxelas, há mais de quarenta anos e o personagem execrado foi o então Duque de Alba, governador dos Países Baixos (Se a memória não me falha !).

Lembro-me de ter lido a inscrição (tradução livre): “Em memória das atrocidades cometidas pelo Duque de Alba”.

Por se tratar de algo feito “contra” alguém, eliminamos o risco de ser obra de puxa-sacos.

Aqui em Pindorama, teríamos o paraíso dos escultores se fôssemos erigir uma estátua enxovalhando a cada um dos filhos da... (vocês sabem).

Aliás, é quase impossível identificar todos eles, dada a precariedade dos computadores infernais.

Um país (mais especificamente, uma cidade) que mandou demolir o merecido monumento em louvor a um de seus mais brilhantes filhos Olavo Bilac, realmente vive num estágio pré-socrático.

O medo de retaliações impede que se conheça a verdade sobre poderosas figuras.

Assim, proponho a edificação de um marco granítico, em forma de vaso sanitário, como memorial dos canalhas safos da justiça humana mas condenados pela Divina.

Aqui se faz; aqui de caga.

Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
Fonte: Alerta Total



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