AO BASTARDO DESCONHECIDO
Carlos
Maurício Mantiqueira*
Em minha já longa vida, vi, uma única vez, um monumento contra
uma pessoa.
Foi em Bruxelas, há mais de quarenta anos e o personagem
execrado foi o então Duque de Alba, governador dos Países Baixos (Se a memória
não me falha !).
Lembro-me de ter lido a inscrição (tradução livre): “Em memória
das atrocidades cometidas pelo Duque de Alba”.
Por se tratar de algo feito “contra” alguém, eliminamos o risco
de ser obra de puxa-sacos.
Aqui em Pindorama, teríamos o paraíso dos escultores se fôssemos
erigir uma estátua enxovalhando a cada um dos filhos da... (vocês sabem).
Aliás, é quase impossível identificar todos eles, dada a
precariedade dos computadores infernais.
Um país (mais especificamente, uma cidade) que mandou demolir o
merecido monumento em louvor a um de seus mais brilhantes filhos Olavo Bilac,
realmente vive num estágio pré-socrático.
O medo de retaliações impede que se conheça a verdade sobre
poderosas figuras.
Assim, proponho a edificação de um marco granítico, em forma de
vaso sanitário, como memorial dos canalhas safos da justiça humana mas
condenados pela Divina.
Aqui se faz; aqui de caga.
Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
Fonte: Alerta Total
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