O GRITO DOS INSATISFEITOS
João Eichbaum
A burrice e o egoísmo do
homem não têm limites. A primeira, muitas vezes, é consequência do último. Nos
tempos de rede social, ambos se evidenciam. Havendo o Facebook se tornado o instrumento de projeção
do indivíduo no grupo, os predicados acima mencionados se pronunciam das formas
mas variadas.
Todo o mundo se acha no
direito de dar pitacos sobre qualquer assunto, como se fosse dotado de
autoridade para fazê-lo. Mas, o fazem, principalmente, para defender ideias próprias,
posições que dizem respeito, antes de tudo, ao ego.
Assuntos que não
comportam o ingrediente da racionalidade, como religião, política e
preferências sexuais, pontificam nas mais variadas manifestações. O sujeito não
consegue se libertar dos efeitos da lavagem cerebral a que sua família o
submeteu na infância e lá está ele, nas chamadas redes sociais, vociferando
contra os ateus: quer que todo mundo pense como ele.
Tal como a religião e as
crenças, o fanatismo político imbui o indivíduo de tal forma, que ele se recusa
autoritariamente a aceitar ideias contrárias. Com isso, não consegue escapar ao
vexame de revelar a burrice: desconhece sua condição de animal gregário. Querendo
que todo mundo pense como ele, ignora que da boa convivência social decorre sua
paz de espírito.
Ultimamente, o fanatismo
açambarcou uma legião de idólatras da própria sexualidade. A tal de ideologia
do gênero virou tema de modernidade e, tanto na imprensa como nas redes
sociais, vem sendo metida goela abaixo das pessoas, como fosse uma condição
necessária para a convivência do animal humano.
Pera lá. A escala de
valores não pode ser invertida, porque assim o querem pederastas e lésbicas. Há
muitas coisas no caminho do homem pela terra, que precisam ser repensadas,
antes dos problemas sexuais, que são estritamente pessoais e não representam
uma importância de que dependa o progresso da humanidade.
Há muita violência, há
muito ódio, há ódio que chega, separando os homens. Não há necessidade de
atiçá-lo ainda mais, com assuntos que – repita-se – dizem exclusivamente com o
indivíduo. Há muita fome no mundo. Há crianças morrendo de fome, há gente morando
na rua, catando lixo, vivendo abaixo de qualquer conceito de humanidade. Que se
resolvam primeiro essas misérias humanas. Enquanto isso não acontecer, que cada
um cuide da própria intimidade. Ou procure um especialista, para resolver suas
frustrações.
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