sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

O GRITO DOS INSATISFEITOS
João Eichbaum

A burrice e o egoísmo do homem não têm limites. A primeira, muitas vezes, é consequência do último. Nos tempos de rede social, ambos se evidenciam. Havendo o  Facebook se tornado o instrumento de projeção do indivíduo no grupo, os predicados acima mencionados se pronunciam das formas mas variadas.

Todo o mundo se acha no direito de dar pitacos sobre qualquer assunto, como se fosse dotado de autoridade para fazê-lo. Mas, o fazem, principalmente, para defender ideias próprias, posições que dizem respeito, antes de tudo, ao ego.

Assuntos que não comportam o ingrediente da racionalidade, como religião, política e preferências sexuais, pontificam nas mais variadas manifestações. O sujeito não consegue se libertar dos efeitos da lavagem cerebral a que sua família o submeteu na infância e lá está ele, nas chamadas redes sociais, vociferando contra os ateus: quer que todo mundo pense como ele.

Tal como a religião e as crenças, o fanatismo político imbui o indivíduo de tal forma, que ele se recusa autoritariamente a aceitar ideias contrárias. Com isso, não consegue escapar ao vexame de revelar a burrice: desconhece sua condição de animal gregário. Querendo que todo mundo pense como ele, ignora que da boa convivência social decorre sua paz de espírito.

Ultimamente, o fanatismo açambarcou uma legião de idólatras da própria sexualidade. A tal de ideologia do gênero virou tema de modernidade e, tanto na imprensa como nas redes sociais, vem sendo metida goela abaixo das pessoas, como fosse uma condição necessária para a convivência do animal humano.

Pera lá. A escala de valores não pode ser invertida, porque assim o querem pederastas e lésbicas. Há muitas coisas no caminho do homem pela terra, que precisam ser repensadas, antes dos problemas sexuais, que são estritamente pessoais e não representam uma importância de que dependa o progresso da humanidade.

Há muita violência, há muito ódio, há ódio que chega, separando os homens. Não há necessidade de atiçá-lo ainda mais, com assuntos que – repita-se – dizem exclusivamente com o indivíduo. Há muita fome no mundo. Há crianças morrendo de fome, há gente morando na rua, catando lixo, vivendo abaixo de qualquer conceito de humanidade. Que se resolvam primeiro essas misérias humanas. Enquanto isso não acontecer, que cada um cuide da própria  intimidade. Ou procure um especialista, para resolver suas frustrações.



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