O LULA DE SEMPRE
João Eichbaum
Na entrevista concedida a Mônica Bergamo, Lula foi ele mesmo,
o de sempre, o sindicalista falastrão, descomprometido com a verdade, com
sérias deficiências de conhecimento e posturas sem o filtro da
responsabilidade. Mas foi enganador o suficiente, para arrancar lágrimas dos
pusilânimes, com sua voz de batráquio.
Sem se dar conta de que é o burro que vai na frente para
puxar a carroça, ele se põe à frente de tudo: eu fiz isso, eu fiz aquilo. A
egolatria é a manifestação que está sempre em primeiro lugar. Ela é reação que
brota das frases mal compostas por seu vernáculo de torneiro mecânico.
A impressão que se tem, ouvindo qualquer coisa que saia
rolando da cachola do Lula, é a de que ele se considera a cereja que enfeita o
bolo do universo, em função da qual todo o planeta se movimenta, para que a
rotina não a mate de tédio. Ou, na menos nobre das hipóteses, um raríssimo espécime
de mamífero humano.
Sua egolatria lhe desata delírios, que o fazem enxergar
chifre em cavalo. Subjugado por uma importância que só ele se atribui, vê na
Lava Jato, nos procuradores da República e no juiz Sérgio Moro, instrumentos
servis, mancomunados com a Secretaria de Justiça do governo americano, ao qual
debita interesses na Petrobrás.
Desviado de qualquer conceito de normalidade do ser humano,
ele se põe acima das instituições. Não só desrespeita, como ofende abertamente
o Poder Judiciário, a Polícia Federal, o Ministério Público. Do fundo do poço
de sua miséria intelectual, se arvora no direito de julgar juízes.
Conhecimentos mínimos de antropologia revelam, há muito
tempo, e agora acabam de provar, com a entrevista dele na semana passada, que
tipo de ser humano é o Lula. Mas, nesse mar de ignorância em que se banha a
população brasileira, só os mais sensatos e, principalmente, aqueles que nenhum
interesse tem em mamar CCs nas tetas dos governos petistas, jamais perderiam
tempo, ouvindo balelas e cantilenas inspiradas na solidão de uma latrina.
Na verdade, nenhum sábio encanta ignorantes. Os sábios vivem
num estrato social que os afasta dos comuns. Sábio não tem linguagem vulgar,
aquela que só o ignorante entende. E o sábio também conhece seus limites, sabe
que não consegue fazer milagres.
Mas, para os ignorantes não existe a fronteira das próprias
limitações. Então, eles se encantam com aqueles seres humanos despidos de
sensatez, que lhes plantam ilusões, que os seduzem com mentiras, que os
embriagam com fantasias, que os impelem a empurrar com a barriga as próprias
misérias, pois serão salvos pelo Messias.
Sim, Lula se considera o Messias, o salvador da pátria, o pai
dos pobres, o intocável, o taumaturgo, sob cujos pés se multiplicam tantos
supedâneos quantos forem necessários para conduzi-lo ao ápice da glória, como
uma vestal de hímen incorrupto, acima da lei.
Desse modo ele se desnuda como uma criatura que não merece
nossa perda de tempo, salvo como molde para a execração, para o desdém, para
mostrar o quanto pesa a imprestabilidade, na decadência de uma nação. Afinal,
tipos como ele a regra fundamental da evolução dispensa, porque só se serve dos
melhores.
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