terça-feira, 6 de março de 2018


O LULA DE SEMPRE
João Eichbaum

Na entrevista concedida a Mônica Bergamo, Lula foi ele mesmo, o de sempre, o sindicalista falastrão, descomprometido com a verdade, com sérias deficiências de conhecimento e posturas sem o filtro da responsabilidade. Mas foi enganador o suficiente, para arrancar lágrimas dos pusilânimes, com sua voz de batráquio.

Sem se dar conta de que é o burro que vai na frente para puxar a carroça, ele se põe à frente de tudo: eu fiz isso, eu fiz aquilo. A egolatria é a manifestação que está sempre em primeiro lugar. Ela é reação que brota das frases mal compostas por seu vernáculo de torneiro mecânico.

A impressão que se tem, ouvindo qualquer coisa que saia rolando da cachola do Lula, é a de que ele se considera a cereja que enfeita o bolo do universo, em função da qual todo o planeta se movimenta, para que a rotina não a mate de tédio. Ou, na menos nobre das hipóteses, um raríssimo espécime de mamífero humano.

Sua egolatria lhe desata delírios, que o fazem enxergar chifre em cavalo. Subjugado por uma importância que só ele se atribui, vê na Lava Jato, nos procuradores da República e no juiz Sérgio Moro, instrumentos servis, mancomunados com a Secretaria de Justiça do governo americano, ao qual debita interesses na Petrobrás.

Desviado de qualquer conceito de normalidade do ser humano, ele se põe acima das instituições. Não só desrespeita, como ofende abertamente o Poder Judiciário, a Polícia Federal, o Ministério Público. Do fundo do poço de sua miséria intelectual, se arvora no direito de julgar juízes.

Conhecimentos mínimos de antropologia revelam, há muito tempo, e agora acabam de provar, com a entrevista dele na semana passada, que tipo de ser humano é o Lula. Mas, nesse mar de ignorância em que se banha a população brasileira, só os mais sensatos e, principalmente, aqueles que nenhum interesse tem em mamar CCs nas tetas dos governos petistas, jamais perderiam tempo, ouvindo balelas e cantilenas inspiradas na solidão de uma latrina.

Na verdade, nenhum sábio encanta ignorantes. Os sábios vivem num estrato social que os afasta dos comuns. Sábio não tem linguagem vulgar, aquela que só o ignorante entende. E o sábio também conhece seus limites, sabe que não consegue fazer milagres.

Mas, para os ignorantes não existe a fronteira das próprias limitações. Então, eles se encantam com aqueles seres humanos despidos de sensatez, que lhes plantam ilusões, que os seduzem com mentiras, que os embriagam com fantasias, que os impelem a empurrar com a barriga as próprias misérias, pois serão salvos pelo Messias.

Sim, Lula se considera o Messias, o salvador da pátria, o pai dos pobres, o intocável, o taumaturgo, sob cujos pés se multiplicam tantos supedâneos quantos forem necessários para conduzi-lo ao ápice da glória, como uma vestal de hímen incorrupto, acima da lei.

Desse modo ele se desnuda como uma criatura que não merece nossa perda de tempo, salvo como molde para a execração, para o desdém, para mostrar o quanto pesa a imprestabilidade, na decadência de uma nação. Afinal, tipos como ele a regra fundamental da evolução dispensa, porque só se serve dos melhores.


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