PROFISSÃO?
ESTUDANTE
João
Eichbaum
Com
aquela ironia corrosiva, que costuma marcar seu estilo, a revista Piauí publica
interessante matéria sobre o Diretório Central de Estudantes, que se intitula
“DCE Livre da USP”.
A
entidade, segundo a revista, estivera sob a direção de estudantes atrelados ao
PSOL nos últimos dez anos. Com a defenestração do PT do poder, as figurinhas
estudantis ligadas ao partido do Lula retomaram suas atividades políticas no
Diretório.
O
“espaço franciscano” – como o qualifica a matéria, referindo-se ao prédio no
qual está instalado o Diretório - tem um aspecto de “estande de vendas
abandonado”. Pudera! Com um partido de esquerda no poder, o PSOL não tinha
discurso para espantar as teias de aranha da tenda.
Da
leitura desse cenário se extrai o seguinte: estando o PT no poder, os desocupados
estudantes, que entram na universidade para fazer política enquanto não forem
jubilados, não tinham o que fazer, salvo esculachar a frágil oposição.
Faltavam-lhes motivos para manifestações, protestos, arruaças, ocupações de
espaços e prédios públicos. Nada havia, enfim, para lhes intoxicar os arroubos
da juventude.
Agora,
sim, no atual momento político, o PT tem motivos de sobra para dar sinais de
vida no ambiente universitário, saturado de quotas e outros privilégios: a
oposição é o lugar onde os petistas se sentem mais à vontade.
O
que o PT e seus aliados mais sabem fazer é latir contra a caravana que passa.
Quando engrossam as fileiras dela, quando desfilam em suas liteiras, puxadas
por jornaleiros movidos a pão com mortadela, ficam desfrutando de seus prazeres
e privilégios, vivendo a sua democracia: o regime de governo que os preserva
como casta intocável, muitos pontos acima do arcabouço social que os sustenta.
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