SEM MOLEZA
João
Eichbaum
A
doutora Catarina Moura Lebbos, que exerce jurisdição federal sobre as Execuções
Penais em Curitiba, é uma mulher de verdade: não quer saber de moleza. Com sua
mão de ferro, não tem moleza: visitas ao Lula somente segundo as regras da
execução penal, porque presídio não é a casa da sogra.
E
não tem moleza para ninguém, seja macho ou seja fêmea. A senadora Gleisi
Hoffmann não conseguiu nada com ela. Não por ser mulher, mas porque queria
moleza. Uma turma de governadores do PT levou o maior fora dela por iguais
motivos.
Para
ela é assim: dura Lex, sed Lex. Quer dizer: é dura, mas é lei.Tá preso? Pois
aguenta a dureza da lei. Aquele argentino que ganhou um prêmio de alguns
milhares de dólares com o nome de “Nobel da Paz” é um velhinho lúgubre, caindo
aos pedaços, matéria própria para moleza. Ele e seu amigo Leonardo Boff, com
seu jeito de padre, também não conseguiram arreglo com a juíza: sem moleza.
A
doutora Catarina é uma verdadeira juíza. Para ela, todo o réu é réu. Não tem
essa de excelência, de senhor ex-presidente. Se todos devem ser iguais perante
a lei, que assim seja. Sem moleza.
Tivesse
ela decretado a prisão do Lula, teria sido tudo feito de acordo com a dureza da lei, que não distingue pobres e ricos,
feios e bonitos, pretos ou brancos. Ela teria simplesmente, determinado a
expedição do mandado, em cumprimento à decisão do TRF4, dando por encerrada a
prestação jurisdicional. Não teria feito recomendações especiais, tipo, tratem
bem o coitadinho, não lhe ponham algemas. Teria cumprido a lei, atrelada aos
deveres de seu ofício e deixando a execução da prisão inteiramente a critério
de quem a realizaria. Assim, teria dado uma lição aos varões gelatinosos, frágeis
e tímidos: mulher verdadeira não gosta da moleza.
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