segunda-feira, 1 de junho de 2009

CEGONHA, PAPAI NOEL e JUSTIÇA

A SENHORA ELLEN

João Eichbaum

A senhora Ellen Gracie Nortfleeth não conseguiu a vaga na OMC (Organização Mundial do Comércio). Ela andou de Herodes a Pilatos, suplicando, pedindo, implorando, oferecendo, mas não conseguiu porra nenhuma. E olha que porra é fácil de conseguir.
Ela pensava que conseguir uma cadeira no órgão de apelação da Organização Mundial do Comércio era tão fácil como ser ministra do Supremo Tribunal Federal no Brasil.
Aqui, a gente sabe como funcionam as coisas. Não é preciso ser muito inteligente, nem muito culto, nem, muito menos, versado em coisas do direito, para ser ministro do tal de Supremo. Basta ser amigo de algum amigo do rei, um pedido aqui, um pedido ali, uma troca de favores aqui, outra troca de favores ali, um jeitinho mais, um jeitinho menos e, pronto, o cara se torna um ente sobrenatural, ministro do Supremo Tribunal Federal.
Mas, lá, no concerto internacional, as coisas funcionam de outro jeito, os sacos a serem puxados são muitos, e cada saco exige o seu jeitinho.
Pelo que se diz, quem puxou o tapete da senhora Ellen não foi ninguém menos do que a senhora Hillary Clinton que, evidentemente, tem muito mais cacife do que o Lula, o Celso Amorim, e outros tupiniquins menos votados. Ela conhece muito bem as exigências das partes baixas do seu marido, o Bill, e por isso tem autoridade.
Como é que a senhora Ellen, que chegou a ministra do Supremo Tribunal Federal, sem ter passado num concurso para juiz, iria superar um mexicano patrocinado pela Hillary?
Ora, convenhamos...
O prazo de validade da dona Ellen esgotou. O seu destino é viver o resto de sua vida pública, olhando para o afrodescendentão aquele, o Joaquim Barbosa, e aguentando as brigas dele com o Gilmar Mendes, nesse palco de espetáculos chamado Supremo Tribunal Federal. Para gáudio de todos nós, que não acreditamos na Justiça.

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