terça-feira, 23 de junho de 2009

VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS

O SARNEY E A COISA PÚBLICA

João Eichbaum

Falar sobre o Sarney não é fácil. É preciso se policiar, reprimir impulsos, abortar adjetivos. O único que se sente à vontade para falar sobre o Sarney é Lula, um ex-sindicalista que agora está da presidência da coisa pública. O Lula defende seu amigo Sarney, e lhe atribui “história e serviços prestados à causa pública”
Então me digam vocês: qual é mesmo a “história” escrita pelo Sarney nesse prostíbulo chamado coisa pública?
Bem, ele tem origem e pedigree. Começou como diretor geral do Tribunal de Justiça do Maranhão, no qual seu pai era desembargador.
Como se vê, a “história” de nepotismo do Sarney já é de berço. Ele soube desenvolver muito bem o legado do paizão.
Foi ali que ele começou a sua politicagem e dali veio para Brasília. Nunca fez outra coisa na vida, senão se aconchegar no ninho do poder. Para quem não sabe, Sarney foi homem de confiança do regime militar. Quando o regime militar entregou o poder para os civis, o Sarney se bandeou também. Da direita foi para a esquerda e se tornou presidente da coisa pública, graças à diverticulite do Tancredo Neves, outro que o trem nunca conseguiu pegar.
No seu tempo de presidente, o Brasil teve a maior inflação da história, aquela que deu margem ao saque em nossas cadernetas de poupança, feito por outro nordestino, o Collor, sucessor do mencionado Sarney.
Depois de presidente, o Sarney, ao invés de sossegar, alargou seus domínios políticos, engendrou um domicílio eleitoral no Amapá, sob a complacência da Justiça Eleitoral (essa mesma que, substituindo o povo, meteu o pé na bunda do governador eleito e colocou lá a Roseana, a filha do dito Sarney) e até hoje ele é senador pelo Amapá.
Com essa sua “história” promíscua, que os menos avisados chamam de política, o Sarney construiu um patrimônio inominável, é dono de todo o Maranhão e mais um pouco, tem uma grana de causar inveja. Seu patrimônio cresceu à sombra do poder, cresceu com o dinheiro que a coisa pública recolhe de nós todos, os brasileiros que trabalhamos. É por isso que ele aparece na mídia com aquele cabelo pintado, todo sorridente. Rindo da nossa cara, com certeza.
Depois dessa “história”, quais são os “serviços prestados” pelo Sarney?
Alguém aí da platéia pode me dizer? Quem sabe, algum petista me tire desse obscurantismo e venha em socorro do imortal (vocês conhecem alguém que já leu algum livro dele?) Sarney.
Estou aqui, todo ouvidos.

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