terça-feira, 9 de junho de 2009

COISAS DA VIDA

MÃE JÁ NÃO É UMA SÓ

João Eichbaum

Duas lésbicas, Adriana e Munira ingressaram na justiça, em São Paulo, pedindo que na certidão de nascimento de gêmeos paridos por Adriana, conste o nome das duas, Adriana e Munira, como mães. E já entraram requerendo ¨tutela jurisdicional antecipada”, mas não levaram.
A notícia que saiu nos jornais é de que a “Justiça de São Paulo negou a um casal de mulheres homossexuais” o pedido de registro.
Mas, não é bem assim. O juiz negou apenas a antecipação do julgado.
O que chama a atenção no fato é que, realmente, as duas mulheres são mães, mesmo. Com os espermatozóides de um doador anônimo foi realizada a inseminação artificial nos óvulos de Munira, óvulos esses que, já fertilizados, foram implantados no útero de Adriana. Essa acabou parindo os gêmeos.
O verbo “parir” é de propósito, porque na verdade quem gerou as crianças foi Munira, uma vez que, sem óvulo, não há gestação, o começo da vida, que é complementada pelo parto.
E agora, José? São ou não são duas mães? Uma gerou, mas a outra pariu.
O direito ficou aquém da ciência e da criatividade do sexo.
E foi dada a largada para um novo ciclo da evolução do animal humano. Nem mesmo ele, o bicho homem, imaginava que chegaria a tanto.Agora, que se virem os juristas, porque da parte da área médica está tudo OK: “nas pulseiras dos gêmeos, no hospital onde as crianças nasceram, – diz a notícia – as mães conseguiram o que perseguem na Justiça: os nomes das duas na identificação

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