sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

CRÔNICAS IMPUDICAS

O MUNDO É DOS MALANDROS
João Eichbaum

São duas as manchetes de que os jornais andam cheios, ultimamente – e faturando, claro, em cima desses assuntos: a volta do Ronaldinho para o Brasil e a volta (ou não) do Battisti para a Itália.
Cada qual a seu modo, as pessoas se interessam por um ou outro assunto, ou pelos dois, se forem gremistas e, ao mesmo tempo, petistas.
Então não posso ficar de fora, para não parecer alienado. Vou dar o meu pitaco.
O Ronaldinho, para quem não se lembra, deu uma de bandido para com o Grêmio, que o formou, certamente lhe matou a fome muitas vezes, colocou-o na vitrine do mundo para o futebol. Pois, não ligando nada para isso, o Ronaldinho, ou melhor o Assis, irmão e “empresário”do dito, mandou o Grêmio pastar (também, quem mandou ser burro) se encheu de grana e glória. Agora, em fim de carreira, sem aquela bola toda que jogava na sua adolescência, já não tem mercado na Europa..
E o Grêmio o quer de volta, que nem marido cornudo que, mesmo com os cornos à mostra, quer a traidora de volta a seus braços.
O Battisti, bandido na Itália, acusado de vários crimes, foi preso no Brasil. Depois de uma de suas sessões teatrais, o tribunal aquele que faz de conta, decidiu e, ao mesmo tempo, não decidiu: Battisti pode ser extraditado, mas as extradição fica por conta do Lula.
O Lula, então, decidiu, o que o Supremo não teve culhão para decidir: o Battisti não vai ser extraditado. Fez isso e se mandou, deixou a presidência e o pepino para a Dilma.
Agora o Peluso, presidente do tribunal faz de conta, não quer soltar o Battisti e mandou o pepino adiante, para o Gilmar Mendes.
As palhaçadas do Grêmio e as do Supremo se assemelham: o Grêmio não teve cacife jurídico para ganhar uma grana com o Ronaldinho, e o Supremo não teve cacife jurídico para extraditar o bandido italiano. Tanto que o escore do Supremo foi de futebol de salão: 5x4, demonstrando que não há unanimidade e que os ministros não estão com essa bola toda que pensam. Exatamente como o Ronaldinho que quer o que já não vale.
Agora temos aí duas novelas.
Então sugiro ao Grêmio: vai à Itália, fala com o Berlusconi e propõe a troca: o Ronaldinho pelo Battisti. No taco, para não haver prejuízo.
Será um final feliz, tipo Globo, para ambas as novelas. E a gente vai se livrar dessas manchetes criadas por falta de criatividade jurídica, tanto do Grêmio como do Supremo.
A coisa se resolveria pela malandragem porque, por meio de juristas, não tem jeito. Estão aí o Assis e o Lula para não me deixarem mentir: quem manda no mundo são os malandros.

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