segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

CRÔNICAS IMPUDICAS

QUE PAÍS É ESSE?

João Eichbaum

Recebi ontem esse e-mail: “Acordemos! Hoje é o primeiro dia de um outro Brasil. Uma pátria menos ingênua. Uma nação mais ciente. Um povo menos idiota. Graças aos ensinamentos dos "velhos" gregos, teremos aumentadas as tensões positivas que levarão "estepaiz" a um ponto de fuga não desenhado pela régua e pelo compasso das elites dominates, não esquadrinhado pela canalha que o comanda. Ave Faoro! Ave Rui!Acorda Brasil do Alemão! Acorda Brasil da Brasília Teimosa! Acorda Brasil do Itapoã! A tua virtude é o teu pecado. O teu desejo é a tua sina. "Brasil, mostra a tua cara!" E que os brasileiros de bem a esbofeteem, no ultraje descoberto, aos 600 anos!Sonhemos pelos nossos netos! Almejemos pelos nosso filhos! Ajamos pela consciência da própria covardia! Não viemos, se não para mudar o nosso "destino"! Não estamos, se não para fazer diferente! Coragem! Perseverança! Porque esta é a mais revolucionária das virtudes!”

Essa, não, colega!
“Primeiro dia de um outro Brasil”? Com o Sarney ao lado da Dilma? Com o Sarney de tantos governos, de governos das mais variadas ideologias, a começar pelo regime de 1964, ao qual o dito Sarney serviu com o mais descarado servilismo, passando dali para a turma do PT, com quem se aliou e com quem se misturou nas mais desavergonhadas safadezas?
“Uma pátria menos ingênua”? Com o mesmo Sarney? Com o José Dirceu e toda a turma do PT, que se agarrou com unhas e dentes ao poder?
Será menos ingênua essa pátria que vai continuar com o bolsa-família, com o MST, com toda essa quadrilha dos sindicatos que só sabem patrocinar bagunça, com a UNE e tantas outras “ONGS” que recebem milhões do governo, com a finalidade única de respaldá-lo?
Uma nação mais ciente?
Ciente de quê, meu amigo? Nunca fomos tão cientes de tanta safadeza, como nesses últimos anos, sabendo do mensalão, dos cartões corporativos, dos gastos secretos da presidência da república (com letra minúscula, sim, porque foi nisso que se transformou esse cargo)!
E adiantou alguma coisa? Mudaram-se as moscas varejeiras? Não, nem as moscas, nem a merda dessa vez. Ficou tudo como estava, a companheirada mandando ver.
“ Um povo menos idiota”?
Desde quando?
Um povo que deixa no congresso os deputados de sempre e que, para comprovarem o que são, elevaram seus subsídios para níveis estratosféricos, deixou de ser “idiota”? Ou se tornou mais idiota ainda?
O texto do e-mail pode servir para qualquer país, para qualquer povo, menos para o Brasil e para os brasileiros. Nem com ambiguidade poética tipo “a tua virtude é o teu pecado”, “o teu desejo é a tua sina” se vislumbra no texto qualquer coisa parecida com esse país que os portugueses inventaram, mas que foi muito melhorado pela imigração alemã e italiana.
Não conheço pessoalmente o autor do texto. Não sei se é uma pessoa inteligente. Acredito que seu entusiasmo veio depois de algum espumante a mais, festejando o ano novo e a velha Dilma.

Nenhum comentário: