A MULHER DO TARSO
João Eichbaum
Não basta que a mulher de César seja honesta, ele tem que parecer honesta.
Não, não pensem que eu vou mexer com a libido de vocês, que vou falar de uma gata nova, com um bom par de ubres sem silicone e rostinho de boneca sem botox. Nada disso, o caso é outro, aqui o nosso César atual se chama Tarso.
Acontece que a mulher do Tarso, que é o César gaúcho atual - e leva muito jeito de César, porque quer estar em toda a parte, sempre como dono da verdade, só falta registrar em cartório que a verdade é propriedade sua, exclusiva – a mulher do Tarso, dizia eu, andava num carro que não é dela, é do governo, e tinha como motorista um brigadiano, que não é pago por ela, mas por todos nós, que trabalhamos.
Na rua Dona Laura, perto da Avenida Goethe ela desceu e, logo em seguida, o motorista foi atacado por assaltantes, que levaram o carro, o carro que foi comprado com o nosso dinheiro, e que ela usa com a gasolina que nós pagamos.
A notícia do jornal não esclarece o que é que a mulher do Tarso fazia com o carro que não é dela. Ela tinha “um compromisso oficial”, diz, simplesmente, a notícia.
Que tipo de “compromisso”? Custava dizer?
Vocês acham que é um começo (menos de um mês) auspicioso para um governo que não tem outra palavra na boca senão “transparência”?
Está parecendo honesta a mulher do Tarso, se não vem a público para esclarecer toda a verdade? Afinal, o governador é ele, o Tarso; ela não passa de mulher do Tarso. Ou será que foi nomeada para algum cargo no governo?
É bom que se esclareça: a Constituição, que traça as regras básicas e essenciais do Estado, ignora a figura da “primeira dama” ou do “primeiro macho”. Portanto, oficialmente, a lei não lhe impõe compromissos ou responsabilidades.
Do episódio se tiram duas conclusões: a primeira, que começou muito mal esse governo na área da segurança; segunda: o PT não parece honesto. Em decorrência disso, a mulher do Tarso, que é do PT, não precisa parecer honesta.
Bem, depois daquele primeiro “ato administrativo” do Tarso, convocando sessão extraordinária da Assembléia, cujos custos saem dos nossos bolsos, para aumentar o salário da companheirada, também à nossa custa, tudo se pode esperar.
E ainda tem gaúcho que estufa o peito e sai cantando por aí afora: “sirvam nossas façanhas de modelo a toda a terra”.
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