quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

ESSE CIRCO CHAMADO JUSTIÇA

LULA 87 X JUSTIÇA 33

João Eichbaum


Se os doutores do Judiciário perdem para o semialfabetizado Lula, de quem irão eles ganhar? A credibilidade do Lula atingiu os píncaros dos 87%, enquanto a da Justiça não passou de míseros 33%.
Estudo realizado pela Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace), com sede em Ribeirão Preto (SP) revela que o Índice de Confiança na Justiça (ICJ) entre os advogados paulistas é de apenas 34,68%. Já na avaliação da população em geral, esse índice é de 33%, conforme pesquisa realizada pela Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Isso quer dizer que apenas três, em cada dez pessoas, confiam na Justiça.
Diante de índices tão sombrios, o que poderiam alegar os juízes?
Ora, eles procuraram uma desculpa da qual não poderiam fugir e admitiram que o grande mal da justiça é a morosidade. E, fazendo coro à falta de criatividade do seu chefe, Cezar Peluso, apontaram uma solução que há muito vêm tentando: a supressão de muitos recursos.
Ou seja, eles querem entregar aos juízes de primeiro grau um poder absoluto de decisão.
Logo para quem? Para os juízes de primeiro grau, justamente os menos preparados, os menos qualificados, os menos maduros, os mais embriagados com o poder, os mais deslumbrados com sua posição social, os mais embevecidos com a própria autoridade, essa coisa divina e maravilhosa, que é ser juiz.
Não, meus amigos. Não é a morosidade que projeta a justiça como instituição pouco confiável.
O que falta nos juízes são duas coisas: qualificação e responsabilidade.
Fruto de uma deficiência que vem desde os bancos escolares, a falta de qualificação dos juízes não é suprida através de uma formação específica. O atrativo dos altos subsídios embebeda mocinhos e mocinhas, que outra coisa não querem senão um belo salário com muito poder. Então eles se entregam aos cursinhos que os vão preparando apenas para aprender a concorrer, sem enriquecê-los com a cultura necessária para julgar. Resultado: vencida a barreira daquele concurso em que, ao fazerem cruzinhas, mais contam com a sorte do que com o raciocínio, esses mocinhos e mocinhas saem julgando, sem terem noções primárias de silogismo. E acomodados na vitaliciedade, podem cometer imensas tolices, porque não são civilmente responsáveis por seus erros.
Essa é a verdade: a maioria dos juízes não tem preparo, nem qualificação para julgar.
Que a justiça é lenta, todo mundo sabe. Mas, se a espera pela justiça compensasse, ela seria confiável. Não é confiável porque, além de morosa, é injusta, ineficiente, sem estofo científico, composta, na maioria, por gente que só quer enxergar o próprio umbigo.

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