DEUS, A DILMA E O HOLOCAUSTO
João Eichbaum
Não há como ficar indiferente diante dos descalabros da natureza, que atingem seres humanos, gerando o desespero e a dor.
Aí, enquanto se esvai em piedade, a gente vê, surgindo do meio dos escombros e da devastação, um pobre diabo que perdeu amigos, vizinhos, talvez parentes, em razão dos acessos de fúria dos elementos naturais, não totalmente feliz, mas, pelo menos, bastante aliviado, dizendo para os repórteres de televisão que o iluminam com seus refletores: “ foi Deus que me salvou”.
Então, não dá para fugir da pergunta: o que é que ele tem de melhor que os outros, que foram levados pelas águas e engolidos pela lama, para se sentir um privilegiado, para se ter como um protegido exclusivo desse “Deus”? Quais são os critérios desse “Deus” para deixar uns com vida, se sentindo privilegiados, outros sofrendo, e outros enterrados na lama?
Não, meus amigos. Racionalmente, não há explicação. A única explicação possível é a ignorância, porque nem eles, os privilegiados, teriam razões para justificar essa específica e particular condescendência divina.
Estou me referindo, evidentemente, aos últimos acessos de fúria da natureza, que resolveu embolar tudo num mesmo golpe: pobres e ricos da região serrana do Rio de Janeiro.
Não é preciso dizer que os fatos desencadearam uma comoção nacional e internacional. Nós, seres humanos, que não somos deuses, nos condoemos com o sofrimento dos outros, mesmo que os não conheçamos. Nós, seremos humanos, que não somos deuses, jamais permitiríamos, se isso estivesse ao nosso alcance, que o sofrimento atingisse nossos semelhantes – desde que não fossem nossos inimigos, é claro.
Mas, o “Deus” das pessoas que nele acreditam permite tudo...
Bem, mas se esse deus não faz coisa nenhuma para reparar os estragos, pelo menos nós temos governantes que são pagos exatamente para zelar pelo “bem comum”, com a obrigação de atenuar sofrimentos e remediar prejuízos. Para isso nós, que trabalhamos, contribuímos com parte do nosso trabalho.
E os governantes compram aviões, helicópteros, etc..., etc... com o nosso dinheiro. O exército, a marinha e a aeronáutica do Nelson Jobim estão cheios de helicópteros. O que fazem com eles? Ah, os governantes e os comandantes e os ministros os usam para viagens e para sobrevoar os locais de tragédias.
Mas, onde estavam esses helicópteros? Como é que se explica que, havendo pessoas isoladas do mundo, sem água, sem mantimentos, não aparecessem helicópteros para os resgatar ou, pelos menos, para lhes alcançar água e alimentos? Como é que se explica que os helicópteros das empresas de comunicação chegavam naqueles locais e dos helicópteros da Dilma e do Nelson Jobim não se tivesse notícia?
Será que o povo brasileiro elegeu a incompetência, mais uma vez?
Ainda bem que existe o Ministério Público, no Estado do Rio Grande do Sul: ele vai proporcionar a primeira visita oficial da Dilma. Sabem para quê? Para homenagear as vítimas do holocausto judeu.
Certamente porque no Brasil não há vítimas dignas de homenagem, não há vítimas de estradas e pontes sem segurança, não há vítimas de avalanches, não há vítimas da violência, não há, enfim, vítimas do mau uso do dinheiro público, vítimas da incompetência e da safadeza dos governantes.
Por isso, o Ministério Público do Rio Grande do Sul, que não tem nada para fazer, resolver importar vítimas, convidando a Dilma, para homenageá-las.
Ainda bem. A Dilma, como comunista, sabe tudo de direitos humanos...
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