terça-feira, 26 de julho de 2011

A NOVA CLASSE MÉDIA E A IGREJA CATÓLICA

João Eichbaum

Tenho lido manifestações de amigos meus, católicos fervorosos, sobre o pronunciamento do senhor D. Raymundo Damasceno Assis, que suponho seja bispo, pois acaba de assumir a presidência da CNBB ( não confundir com BBB).
Segundo meus amigos, o referido, ou reverendo senhor, teria afirmado que “a nova classe média, ao mesmo tempo em que se afastou das igrejas evangélicas, se aproximou da Igreja Católica”.
Em outras palavras, ele disse o seguinte: só pobre freqüenta as “igrejas evangélicas”.
Por “igrejas evangélicas” tenho as religiões do tipo “Universal do Reino de Deus”, “Deus é amor”, “Igreja do Mover”, entre outras tantas seitas do mesmo naipe, quer dizer, as que têm como objetivo e regra principal “o dízimo”.
Pode ser que o senhor Damasceno tenha razão porque, a julgar pelas aparências, as pessoas que freqüentam tais igrejas são, predominantemente, da classe C, de baixa, para não dizer nula, cultura.
Só pessoas de nível intelectual insatisfatório poderiam ter proporcionado ao bispo Edir Macedo a fortuna de que ele é detentor. Ninguém que seja medianamente inteligente poderá acreditar que esse senhor é um representante legítimo do deus judaico-cristão e que está autorizado, por essa mesma divindade, a recolher dez por cento do miserável salário que os seus crentes recebem por serviços de mão de obra não qualificada
Não sei qual é a do bispo Damasceno de Assis, se ele quer achincalhar as “igrejas evangélicas”, ou se quer promover o governo do PT.
Na verdade, quem se gaba de ter “promovido” grande parte da pobreza para a classe média é o PT. E, ao que parece, o senhor Damasceno de Assis afina pelo mesmo diapasão.
Em suma, o referido epíscopo atrela o crescimento de fiéis da Igreja Católica a um índice econômico.
Ou seja, nada a ver com “evangelização”. Nem poderia ser. De há muito, os padres deixaram de ser “apóstolos” e delegaram suas funções para “ministros” leigos: os ministros fazem exéquias, casamentos, homilias, distribuem comunhão, etc,
E quem “evangeliza” são as catequistas.
Não me perguntem o que fazem os padres. Na contramão das palavras de Cristo “ide, pregai o evangelho”, o bispo presidente da CNBB prefere as estatísticas sociais, a quem saúda, como aliadas, na expansão de seus domínios religiosos

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