AS PODEROSAS
João Eichbaum
A partir do momento em que a mulher deixou de ser relativamente incapaz, para ingressar no mercado de trabalho, disputando, ombro a ombro, com os varões, qualquer brecha onde possa descolar uma grana, a evolução dos costumes tem sido galopante. Principalmente a dos costumes sexuais.
Por exemplo, a magistratura. Ontem confiada a sisudos senhores, trajados no rigor que exige a pompa silenciosa, hoje está minada de batom, esmalte para unhas, botox, longos cabelos loiros de farmácia, calças apertadas mostrando o tamanho das bundas, e volta e meia, alguma minissaia. Tudo isso com a presença da imprescritível vaidade.
Algumas se tornam juízas, para mostrar aos ex-namorados que são mais poderosas que eles; outras, para se vingarem da amiga que lhes surrupiou o amante. As feias, para encontrar no poder uma consolação. As belas, porque a beleza sem o poder não é chique.
Seja qual for o motivo, sempre estarão presentes duas fortes razões que desmoronam qualquer entrave: o poder e o belo salário.
A mocinha estudiosa e tímida, a gordinha feia, a lésbica dissimulada, todas mudam, a partir do momento em que se entregam à volúpia do poder, debaixo da toga.
As feias, então, se realizam mais do que as outras, misturando sentença com tesão. Com o polpudo salário que é debitado na conta de quem paga impostos, elas podem comprar o marido, o namorado ou o amante que lhes aprouver, servindo-se dele como desaguadouro de suas necessidades sexuais. E é claro que preferem os jovens altos, taludos e musculosos, andando com eles a tiracolo, exibindo-os como troféu, para que suas amigas, inimigas e concorrentes fiquem babando de inveja.
A juíza que foi morta semana passada no Rio de Janeiro serve como amostra desse perfil dominante. Embora fosse feia, era metida a gostosa, se vestia como uma perua e podia comprar o bombadão que quisesse: um cabo da polícia militar, um agente penitenciário, ou, quem sabe, ambos. Tudo pago com o belo salário que sai da conta dos contribuintes.
“Quem com farelo se mistura, porcos o comem”– diz um velho ditado. Crivada de balas, morreu a magistrada dentro de seu automóvel. Morreu, não por ser heroína, mas por ser vítima dos embustes do amor, realizando sua onírica sensualidade sem cultivar a prudência, que é o apanágio da magistratura.
Ah, e antes que me esqueça: o cabo e o agente penitenciário certamente vão disputar, na justiça, a bela pensão da magistrada. Com a chance de poderem exibir seus atributos físicos para outra juíza, na audiência.
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