sexta-feira, 19 de agosto de 2011

MINISTRO? E DAÍ?


João Eichbaum

Jornais locais noticiam que o novo ministro da agricultura é gaúcho. Como se “gaúcho” fosse sinônimo de “competente” ou se, sendo “gaúcho” basta, nada mais é necessário para a felicidade geral e peremptória da nação.
O dito ministro da agricultura é ninguém menos do que Mendes Ribeiro Filho.
Em primeiro lugar: um cara que nunca trabalhou na vida. Saiu dos bancos acadêmicos, uma faculdade particular - porque não teve competência para superar o vestibular da faculdade de direito da UFRGS, - para se tornar político. Graças ao pai, diga-se de passagem. O pai que tinha na mão o poder da imprensa e por isso foi eleito várias vezes. Como todo mundo sabe, o povo gosta mesmo é de “blá, blá, blá”. E até o cara que anuncia o tempo na TV tem chance de se eleger.
Com nada mais no currículo, sem saber fazer bosta nenhuma, mas levado na garupa do sobrenome do pai, o rapazinho foi eleito vereador de Porto Alegre e, na eleição seguinte, com os votos dos eleitores do pai, se fez deputado estadual, enquanto o pai faturava na esfera federal.
Bem, daí em diante, o Mendes Ribeiro Filho só fez política.
Agora, nomeado pela Dilma, sob cujo pálio se protegeu, alumiado pelo capricho do poder, foi feito ministro da agricultura.
O novo ministro não sabe nem como se planta um pé de couve, mas, para a imprensa do Rio Grande Sul não importa, o que importa mesmo é que ele seja “gaúcho”. E está sendo aplaudido pelos agricultores de gravata, aqueles que enriquecem com a mão de obra escrava dos campos e vivem pedindo moratória.
É assim que se administram os bens públicos e é assim que se governa: distribuindo cargos para os companheiros, mesmo que jamais tenham administrado um tendinha de produtos coloniais.
E o povo e a imprensa e demais fiadasputas reverenciam os ministros, enchem a boca para chamá-los de “excelência” e a eles se dobram, sob o peso da insignificância, como se eles fossem feitos de outra matéria que não carne e osso e, muitas vezes, com um cérebro menor do que o de um passarinho.
Qualquer um pode ser ministro. Não é necessário inteligência, nem competência e, muito menos, experiência. Mas, se for “gaúcho” já é o bastante.
É por isso que todos os brasileiros têm excelentes serviços de saúde, plena educação e absoluta segurança, por exemplo. Graças a suas excelências os senhores ministros.
Então, não precisa dizer mais nada.

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