terça-feira, 9 de agosto de 2011

A GUANGUE DA PRAÇA DA MATRIZ



João Eichbaum

“Rap” não é a minha praia. Tem muito mais de “bum,bum, bum”, mais de som, do que de música.
Mas, prometo que, de agora em diante, vou começar a prestar a atenção nas letras, para valorizar seus autores, como eles merecem – para mais ou para menos.
Embora nunca tenha ouvido falar de Tonho Crocco, exatamente porque ele é do embalo do “rap” e eu, como já disse acima, jamais me afinei com esse ritmo (ou será uma escola?), passei a gostar dele, Tonho.
Tonho Crocco é o cara. Ele está acima desse imenso rebanho de ovelhas, que são os eleitores do Rio Grande do Sul. Sua autenticidade ao qualificar de gangue aquilo que a imprensa chama, respeitosamente, de Assembléia Legislativa, mostra que nem é preciso coragem, basta ser autêntico, sem muita frescura, para que se mereça o epíteto de herói.
Enquanto essa massa amorfa e sem autenticidade, que caracteriza a maioria mais do que absoluta dos eleitores, dá de ombros ou ignora as patifarias dos políticos e os elege outra vez na próxima eleição, Tonho Crocco mostrou sua indignação contra a falta de moral que grassa no chamado parlamento gaúcho.
Tonho Crocco mostrou o que são e para que servem os deputados gaúchos. Eles não tem um pingo de moral - nem falo em ética porque ética é um vocábulo nobre demais para referi-lo, quando se trata de políticos - quando se trata de engordar seus próprios interesses. No caso específico, seus subsídios. E só servem para mandar o dinheiro público para o ralo, inclusive pagando propaganda, propaganda enganosa, segundo a qual a Assembléia Legislativa é um dos baluartes da democracia, ou qualquer mentira do gênero.
Ou, se vocês não pensam assim, me respondam: conhecem alguma lei, com origem na Assembléia Legislativa, que tenha beneficiado ou esteja beneficiando o povo gaúcho?
Depois de tudo isso, só tenho vontade de rir quando vejo o povo cantando, nos estádios de futebol: “sirvam nossas façanhas de modelo a toda a terra”.

Nenhum comentário: