João Eichbaum
6 Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração.
Perdeu o controle, deixou que o desastre se consumasse, se arrependeu e quis cair fora. Que tipo de deus seria o Javé? Um Deus sem onisciência? Não sabia Ele, de antemão, que tudo seria assim, que sua obra de seis dias ir dar nessa merda toda?
Comecemos com a serpente. Quem é que criou a serpente, esse bichinho viscoso e traiçoeiro? Não foi Ele? E não sabia que a serpente iria seduzir a mulher? E não sabia que a curiosidade da mulher é irreprimível?
De tudo o que se viu até aqui, a conclusão é inevitável: Javé é um deus fraco, dotado das mesmas fraquezas do homem a quem criou: fez as coisas sem pensar, teve acessos de cólera, expulsou Adão e Eva do Paraíso, perdeu o controle do mundo, se desencantou, se arrependeu. Ele, como criador do mundo e do homem, tinha a obrigação de tornar feliz a sua criatura. Como não o fez, o homem se virou como pode e descobriu que a maneira mais simples de conseguir a felicidade é se corrompendo.
Que o digam os políticos.
7 E disse o Senhor: destruirei o homem que criei sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus, porque me arrependo de os haver feito.
O negócio dEle era chutar o balde, pra ficar feliz, antes que fosse tarde.
Mas como é que no começo Ele achava “tudo bom”?
Só se pode concluir que Ele não tinha nem noção do que estava fazendo, fez tudo no impulso, sem medir as conseqüências, sem um plano, e dizia que era bom, quando, na verdade, deveria dizer: “quero ver se essa porra vai dar certo”.
Mais um acesso de fúria. E agora uma fúria assassina, destinada a matar pecadores e justos. Que culpa teriam os animais, os pobres passarinhos, por exemplo, da corrupção humana?
Ao invés de exterminar a raça humana, não deveria Ele, usando seus poderes, transformá-la, reeducá-la, fazer dela seus servos dóceis e fiéis?
Ou então, como fazem os políticos, varrer tudo pra baixo do tapete.
O mau humor nele era mais forte nele do que a misericórdia, o impulso, mais forte do que a razão. Se tinha poderes para destruir, não os teria para transformar?
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