segunda-feira, 5 de setembro de 2011

ENTÃO, QUE VENHAM AS PUTAS



João Eichbaum

Nem todo o desonesto é corrupto. Mas todo o corrupto é desonesto. Conclusão: a desonestidade é gênero de que a corrupção é espécie.
O que vou contar para vocês não é novidade: Antônio Cardoso de Barros, o primeiro “ministro” da Fazenda do Brasil era, genericamente falando, desonesto. O primeiro ouvidor-mor, desembargador Pero Borges, quando Corregedor da Justiça em Portugal, foi afastado do cargo, por haver misturado seu dinheiro com o dinheiro do governo. Estava suspenso de suas funções, por conta de sua desonestidade, quando foi nomeado Ouvidor-mor do Brasil. O primeiro bispo do Brasil, Dom Pero Fernandes Sardinha, exigiu um negro e um cachimbo, além de “comissões” na arrecadação fiscal, para aceitar a função de “salvar almas” no dito Brasil.
Foi assim que tudo começou.
Mas, como o passado da desonestidade, no Brasil, é sempre recente, continuemos.
O torneiro mecânico Luiz Inácio Lula da Silva, que mal sabe ler, e não sabe escrever, e só fala besteiras com sua língua pegada, se tornou político e ficou rico.
O José Dirceu, que sabe ler, mas não trabalha, ficou rico com a política.
O Palocci, que é médico, só ficou rico fazendo prestidigitações financeiras na área política.
O Pedro Simon, que não sabe o que é batente há mais de cinqüenta anos, e é tido como o político “mais honesto” do Brasil, ficou rico com a política.
Bem, não precisaria falar no Sarney, no Calheiros e todos os demais dessa laia, para fazer uma pergunta bem mais fácil: quem é que não ficou rico com a política, no Brasil?
Só os que caíram fora, os que saltaram do barco para salvar a honra. E foram muito poucos.
Política, minha gente, é eufemismo. Por uma razão muito simples: política, no Brasil, não é a arte de governar a “polis” mas sinônimo de embolsar “dinheiro público, dinheiro dos outros, dinheiro do contribuinte”.
Bom, isso não acontece só no Executivo e no Legislativo, de cuja podridão, atualmente, só a religião do PT duvida, porque lhe convém.
Existe também o Judiciário, que se tem como Imaculado, tal qual a Virgem, que não sofreu a doçura sangrenta do primeiro orgasmo a dois. O juiz que vende sentenças é corrupto. Mas o juiz que publica, como seus, despachos e sentenças feitos por “auxiliares, estagiários, assessores” é mentiroso, quer dizer, desonesto: é regiamente pago com dinheiro público, com o nosso dinheiro, com o dinheiro confiscado do nosso trabalho, mas não trabalha.
Aqui no Rio Grande do Sul, os deslumbrados juízes se jactam da celeridade de “suas” decisões. Mas não têm um pingo de honestidade para reconhecer a péssima qualidade delas e para falar das decisões esteriotipadas, cheias de discursos estéreis, coladas a mancheias nos mais variados tipos de processo, como se tudo pertencesse ao mesmo repertório, com a finalidade única de figurarem nos relatórios dos procedimentos findos.
Céleres são os “auxiliares, assessores e secretários”, que não tendo cursado mais do que alguns semestres em qualquer faculdadezinha de direito, sem o mínimo talento para as ciências jurídicas, lavram pífias sentenças e despachos impertinentes em nome de seus padrinhos.
Para ser ministro dos tribunais superiores, a primeira condição é a subserviência. Com a moeda da subserviência os candidatos compram o sonho de consumo de sua vaidade, não sem passar pela venda da alma ao diabo, pelo comprometimento político, no sentido mais lato, para arredar os escolhos e adquirir a “honra” de ser ministro.
Diante de tudo isso, a pergunta é inevitável: não haveria pessoas mais honestas, no mundo, para substituir os ocupantes dos três poderes no Brasil?
Claro que há. Há, sim, as prostitutas da Alemanha.
Vejam só esta. A Prefeitura de Bonn taxou em seis euros diários o trabalho das prostitutas, que é realizado entre as 20,15 e 6 horas da manhã. É uma taxa fixa, independente da produção. O pagamento é feito numa espécie de “parquímetro”. Na primeira abertura do “parquímetro”, segunda-feira passada, ali estavam depositados, religiosamente, (sem alusão a qualquer outro credo) duzentos e sessenta e quatro euros.
As prostitutas da Alemanha demonstraram que são mais honestas do que os detentores do poder no Brasil: cumprem seus deveres de cidadãs sem outra pressão que não a da própria responsabilidade.
Aí está a solução, gente: a importação de prostitutas da Alemanha, para ensinar honestidade aos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário dessa terra das palmeiras, onde, além do sabiá, até o Xitãosinho e o Xororó cantam.



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