João Eichbaum
Dia desses eu estava pensando filosoficamente: haverá alguma coisa que arde mais do que tirar empréstimo para pagar cirurgia de hemorróidas? Quer dizer, saldar em doze prestações, por exemplo, com juros e correção monetária, uma metida de bisturi no traseiro?
E concluí: sim, sim, é pagar pensão alimentícia na marra, por ejaculação descuidada.
Sabe a Tamar? A viúva do Er, nora do Jacob. Devia ser boazuda. Tamar não é nome de mulher comum. É nome de mulherão, mulher exótica.
Você, por acaso, conhece alguma outra Tamar, que não seja essa da bíblia?
Se você conhece, é uma só, única e inconfundível.
Qualquer macho fica curioso em conhecer uma mulher com nome de Tamar porque, se o nome é exótico, a dona dele também deve sê-lo.
E Tamar devia ter cabelos negros e longos, olhos também negros, cheios de brilho, levemente oblíquos, peitos bem pronunciados, cintura estreita e ilhargas provocantes. Esse nome, Tamar, não é nome de mulher feia, enfadonha, sem bunda.
Mas, não era da Tamar, propriamente, que eu queria falar. Eu queria falar dos perigos da ejaculação fora da casinha.
O Onan não queria engravidar sua bela cunhada, a Tamar. Sabem vocês o que ele fazia, no momento mais sublime da transa, que é clímax, aquele momento em que o céu se aproxima sem a gente saltar, a terra treme sem a gente pisotear nela, a alma e o corpo se enchem de bemaventurança e a gente viaja numa coisa bem melhor que a maionese? Nessa hora, o Onan tirava o dele fora e mirava o chão, desperdiçando a matéria prima tão caprichada pela próstata.
Por isso, diz a bíblia, o Senhor o matou. Isso quer dizer que Deus não gosta de onanismo, desperdício de matéria prima. Onanismo? Ah, ta bem: punheta, entenderam?
Olhem só o caso daquele meu amigo que foi castigado pela prática do onanismo. Ele é um cara legal, casado com um mulherão desses de se colocar cones na rua e guarda com apito na boca para parar o trânsito.
Pois apesar daquele monumento em casa, o meu amigo teve o azar de conhecer outro mulherão, do mesmo naipe, de fechar o comércio e exigir desfile militar. Só que, com medo de pegar pensão alimentícia com desconto no contracheque, ele também botava fora o material que a próstata fabricava.
Mas, um dia se deu mal. Quem praticou o onanismo nele foi o mulherão esse, a segunda, a do banco de reservas. Sabem o que ela fez? Na hora em que ele ia fazer o mesmo que fez o Onan, deitando por terra a matéria prima da vida, ela encheu a mão com aquela sopa de espermatozóides e, com o mimoso dedinho indicador, os encaminhou para o canal competente, torcendo para que algum deles pegasse carona num óvulo.
Foi pensamento positivo, deu na mosca. Nove meses depois, mais um bebê berrava na maternidade.
Foi só o dedo – jura o meu amigo, até hoje, para a esposa corneada, que acredita no Papai Noel, no Lula e em todos os políticos do PT.
Por respeitar juramentos, ela acredita piamente. Mas por causa do mimoso dedinho indicador, ele está pagando pensão alimentícia.
Sorte dele que, por enquanto, não sofre de hemorróidas.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário