João
Eichbaum
Relator
do processo do mensalão, Joaquim Barbosa se comportou ontem de uma maneira
insólita, como nunca se viu, na história do Supremo.
Ao
ter arguida sua suspeição, por haver se manifestado, na imprensa, sobre o dito
processo, se sentiu ofendido, se sentiu agredido, confundiu a função de juiz
com a sua personalidade. E propôs, então, ao plenário do Supremo, que se
oficiasse à Ordem dos Advogados do Brasil, noticiando a “agressão” contra ele
perpetrada, por três advogados.
E
mais: transformou seu sentimento pessoal em “preliminar” do mérito do processo
do mensalão, acreditem! Quer dizer, ele botou sua digníssima pessoa na frente
do processo e achou que ela merecia aquela preliminar. Como diria minha avó,
confundiu o cu com as têmporas.
A
remessa de um ofìcio à OAB não é um ato processual. É uma providência de
caráter administrativo, que só poderia ser tomada, ou não, depois do julgamento
da causa, e não antes, como preliminar. Os sentimentos pessoais do juiz não se
podem confundir com o mérito da demanda.
Foi
derrotado, claro.
Mas
aí, veio o pior. Vencido no seu voto, se sentiu no direito de vociferar
contra a decisão da maioria. Mais uma vez, botou sua pessoa na frente do
processo. Não se conformou com a decisão do Supremo, porque sua pessoa estava
sendo desprestigiada.
Por
fim, aprontou outra: acoimou de má-fé a arguição de nulidade, suscitada por um
defensor público, em razão de não ter sido intimado o advogado constituído. E
interrompeu o voto do revisor, que o contrariava, para dar explicações, como se
estivesse participando de um debate e não proferindo uma sentença.
Mas,
se tudo isso não bastasse, derrotado, voltou atrás no seu voto e acompanhou os
demais, sem se desdizer da qualificação de “má-fé” que atribuira ao réu. Em
outras palavras: acolheu a preliminar de nulidade suscitada de “má-fé”.
Esse
é o Joaquim Barbosa, que já foi protagonista de incidentes nada recomendáveis
dentro das quadro paredes do Supremo, o mesmo Joaquim Barbosa que pediu licença
para tratamento de saúde (problema de coluna) e foi flagrado jogando “snooker”
com os amigos, no Rio de Janeiro. De coluna dobrada, taco na mão e olhando o buraco.
Um comentário:
E eu, que acho que esse é um dos melhores julgadores do Supremo?!
E tenho suspeitas fundas do revisor do processo do mensalão, além de outros ministros.
Queres me tirar toda esperança, João Eichbaum, como se estivesse às portas do inferno: Lasciate cui ogni speranza o voi che entrate!
Postar um comentário