BILHETINHO NO BOLSO
João Eichbaum
A FIFA não
é boba. Ela sabe o que quer e sabe como atingir seus objetivos. Para isso, age
como qualquer estelionatário, como qualquer espertalhão sem escrúpulos.
Então, ela
usa dos procedimentos que lhe convêm. Por exemplo, a escolha do árbitro para o
primeiro jogo, no jogo de abertura da
Copa do Mundo. Tem que ser uma pessoa com a cara dela, com a capacidade de
resguardar os interesses dela.
Por essa
razão, foi escolhido o japonês Yuchi Nishimura. Ele é um cara que tem faro,
capacidade de rápida assimilação. E logo
que desceu do avião, entrou no clima. Sentiu, com seu apurado faro, que estava no país da
corrupção, onde só vão para a cadeia os miúdos. Ainda errava no ar, quando ele
chegou, aquele depoimento do Paulo Costa, da Petrobrás, que, com milhões na
Suíça, se dizia inocente.
Por isso,
quando lhe passaram sorrateiramente o bilhetinho com o nome de quem devia ganhar
o jogo Brasil x Croácia, o Nishimura o aceitou com a maior naturalidade, porque
se sentia em casa.
É verdade
que ficou sem saber o que fazer quando o pretensioso Marcelo fez o gol contra.
O Nishimura não contava que quem ganha milhões, na Europa, numa jogada pífia de
pelada, fosse destruir a ordem da FIFA.
Sorte do
japonês que o Neymar empatou. Mais sorte ainda, quando o Fred, com a
experiência já adquirida como astro de novela, foi ao chão, dentro da área.
Era tudo o
que o japonês esperava. A cara alegre que ele fez, quando correu para a marca
do pênalti, poucos notaram: tinha cumprido sua missão.
Ou alguém,
de sã consciência, acredita que a FIFA permitiria que o país sede da Copa
perdesse o primeiro jogo? O que seria dela, com os estádios se esvaziando aos
poucos, o povo abandonando a ilusão e, quem sabe, se unindo aos iconoclastas da
Copa?
Não, gente.
A FIFA não é boba. Ela só deixa jogar, só deixa que ganhe o melhor no último
jogo, na cartada decisiva. Aí, o dela já está garantido, e o resto que se foda.
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