sexta-feira, 13 de junho de 2014

BILHETINHO NO BOLSO

João Eichbaum

A FIFA não é boba. Ela sabe o que quer e sabe como atingir seus objetivos. Para isso, age como qualquer estelionatário, como qualquer espertalhão sem escrúpulos.
Então, ela usa dos procedimentos que lhe convêm. Por exemplo, a escolha do árbitro para o primeiro jogo,  no jogo de abertura da Copa do Mundo. Tem que ser uma pessoa com a cara dela, com a capacidade de resguardar os interesses dela.
Por essa razão, foi escolhido o japonês Yuchi Nishimura. Ele é um cara que tem faro, capacidade de rápida  assimilação. E logo que desceu do avião, entrou no clima. Sentiu, com seu  apurado faro, que estava no país da corrupção, onde só vão para a cadeia os miúdos. Ainda errava no ar, quando ele chegou, aquele depoimento do Paulo Costa, da Petrobrás, que, com milhões na Suíça, se dizia inocente.
Por isso, quando lhe passaram sorrateiramente o bilhetinho com o nome de quem devia ganhar o jogo Brasil x Croácia, o Nishimura o aceitou com a maior naturalidade, porque se sentia em casa.
É verdade que ficou sem saber o que fazer quando o pretensioso Marcelo fez o gol contra. O Nishimura não contava que quem ganha milhões, na Europa, numa jogada pífia de pelada, fosse destruir a ordem da FIFA.
Sorte do japonês que o Neymar empatou. Mais sorte ainda, quando o Fred, com a experiência já adquirida como astro de novela, foi ao chão, dentro da área.
Era tudo o que o japonês esperava. A cara alegre que ele fez, quando correu para a marca do pênalti, poucos notaram: tinha cumprido sua missão.
Ou alguém, de sã consciência, acredita que a FIFA permitiria que o país sede da Copa perdesse o primeiro jogo? O que seria dela, com os estádios se esvaziando aos poucos, o povo abandonando a ilusão e, quem sabe, se unindo aos iconoclastas da Copa?
Não, gente. A FIFA não é boba. Ela só deixa jogar, só deixa que ganhe o melhor no último jogo, na cartada decisiva. Aí, o dela já está garantido, e o resto que se foda.






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