PLANETACHO
O irmão maior
Quando ele
chegou aqui, em 2004, a vida não era fácil para nós, colorados. Eu nunca soube
se ele era 8, 9 ou 10. Atacante, centroavante ou meia-atacante?
Ele era
simplesmente Fernandão.
É como se a
gente estivesse apanhando todo dia na saída da escola e, de repente, surgisse
nosso irmão maior: Fernandão. Só o nome do cara já impunha respeito. Botava a
turma que disse que ia te pegar na saída a correr.
Ele não era
um craque. Era muito mais que isso. Era o dono da bola, do time. O chefe de
torcida mais civilizado que já pôs os pés no Gigante. Era o Fernandão. O
capitão. O chefe. O cara do gol mil.
Quando ele
chegou aqui, a América deixou de ser um sonho distante. A expressão “ir a
Tóquio” já não vinha acompanhada de uma risadinha no final, com aquele ar de
quem estava sonhando com algo impossível. Nós tínhamos um irmão maior.
Fernandão. Agora nos era permitido sonhar. Podíamos até bater no grande
Barcelona.
Ninguém
acreditava. Nem a gente. Só ele...Ah, o cara sabia fazer discurso como
ninguém... A América e o mundo eram nossos...
Nosso ídolo
foi precocemente. Fica seu legado. Podemos continuar sonhando e já nem
precisamos ficar espiando para ver se tem alguém querendo nos pegar na saída...
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