terça-feira, 10 de junho de 2014

PLANETACHO


O irmão maior

Quando ele chegou aqui, em 2004, a vida não era fácil para nós, colorados. Eu nunca soube se ele era 8, 9 ou 10. Atacante, centroavante ou meia-atacante?
Ele era simplesmente Fernandão.
É como se a gente estivesse apanhando todo dia na saída da escola e, de repente, surgisse nosso irmão maior: Fernandão. Só o nome do cara já impunha respeito. Botava a turma que disse que ia te pegar na saída a correr.
Ele não era um craque. Era muito mais que isso. Era o dono da bola, do time. O chefe de torcida mais civilizado que já pôs os pés no Gigante. Era o Fernandão. O capitão. O chefe. O cara do gol mil.
Quando ele chegou aqui, a América deixou de ser um sonho distante. A expressão “ir a Tóquio” já não vinha acompanhada de uma risadinha no final, com aquele ar de quem estava sonhando com algo impossível. Nós tínhamos um irmão maior. Fernandão. Agora nos era permitido sonhar. Podíamos até bater no grande Barcelona.
Ninguém acreditava. Nem a gente. Só ele...Ah, o cara sabia fazer discurso como ninguém... A América e o mundo eram nossos...

Nosso ídolo foi precocemente. Fica seu legado. Podemos continuar sonhando e já nem precisamos ficar espiando para ver se tem alguém querendo nos pegar na saída...

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