UMA
NOVA CLASSE SOCIAL
João
Eichbaum
Quem
ouve o Luiz Inácio falar e não o conhece, pensa que o Partido dos Trabalhadores
é uma agremiação que flutua no limbo da pureza angélica. Que é uma facção
política organizada pelos e para os trabalhadores, dentro dos padrões
incorruptíveis das melhores intenções. E que se alia exclusivamente a políticos
pobres e negros, que trazem no céu dos olhos a estrela da inocência.
O
ódio que o Luiz Inácio incita contra a “elite branca” faz supor que entre os
amigos de sua grei, entre os que garantem um tempo espichado no horário
eleitoreiro, não se incluam um José Ribamar Sarney, um Renan Calheiros, um
Henrique Alves. Nenhum Pizzolato, nenhum Paulo Roberto da Costa que tenha
dinheiro nos bancos da Suíça e em outros paraísos fiscais. Todos fazem parte da
maioria negra e maltratada pela vida. Da “elite branca” não fazem parte os que
roubam descaradamente, os que superfaturam obras colossais, os que usam das estatais
como instrumento de riquezas mal havidas.
Na
“elite branca” do Luiz Inácio não se incluem os empresários “do peito”,
inclusive do ramo das comunicações, que encontram no governo do Partido dos
Trabalhadores e seus aliados as benesses do poder, o sustentáculo de suas
riquezas, do seu patrimônio engordado com o suor de quem verdadeiramente
trabalha.
Ah,
sim, e nem o filho do Luiz Inácio, o Lulinha, que enriqueceu da noite para o
dia, sem nunca ter pegado no batente, sem nunca ter tido capital para montar
sequer uma tenda de cachorro quente. O patrimônio dele, que cresceu como de um
passe de mágica, o coloca ao lado dos negros e dos pobres, longe da “elite
branca”
Foi
da cachola do Luiz Inácio que partiu a criação dessa nova classe social, a
“elite branca”, que não investe no Partido dos Trabalhadores e que por isso não
é borrifada pela sorte de tirar nacos de seus dividendos e de participar do
banquete do poder.
À "elite branca" pertencem os de boca suja, os sem educação, os
sodomitas mentais da presidente, que desrespeitaram seus direitos de rainha,
ignorando a estrela do PT que ela traz na testa, para imunizá-la contra o
escarmento.
Voltou
à cena o metalúrgico dos discursos sem retórica, mas cheios de ódio. Retomou o
caminho da intolerância o ex-operário que, graças a um pedaço de dedo, deixou
de trabalhar para todo o sempre, porque enriqueceu na política.
O
ódio que o Luiz Inácio metalúrgico destilava “contra os patrões” voltou a
ferver, não contra esses mesmos patrões que hoje o paparicam, fazem parte de
seus “conselhos”. Aquele ódio, agora corrosivo, se destina a esgarçar o tecido
social. É o veneno vertido contra uma “elite branca”, cujo único perfil
conhecido é detestar quem a onera sob o jugo de uma das mais pesadas cargas
tributárias do mundo. É o veneno vertido contra os que produzem sob opressão
fiscal, sem garantia de retorno para seus direitos mínimos do cidadão.
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