NEM FREUD EXPLICA
João Eichbaum
Sigsmund Schlomo Freud, mais conhecido por Freud, simplesmente, não é
tudo aquilo que dele dizem. Ele se salientou, fazendo boas experiências com a
hipnose, num tempo em que a psicologia não era muito explorada. Observador
arguto, antecipou-se a constatações que, modernamente, graças aos fenômenos
sociológicos gerados pela explosão demográfica, dispensam diplomas e
doutorados.
Entre essas
constatações se salienta a de que o homem não passa de um animal dotado de razão imperfeita,
governado por desejos e sentimentos, mas
atormentado pelo conflito entre tais impulsos e a vida em sociedade. A
conceituação da libido como energia motivadora do ser humano, não é uma
descoberta maravilhosa, digna de prêmios e troféus. A perpetuação da espécie é
própria do instinto de que a natureza dota qualquer animal. Não é privilégio
dos humanos.
Quer dizer, Freud foi
bom no seu tempo. Se ele não tivesse dito o que disse, outros o diriam, mais
tarde. E querem saber de uma coisa? A psicologia, como ciência, está léguas e
léguas atrás da medicina e de muitas
outras áreas do conhecimento,como, por exemplo, a informática. Hoje, se
dispensa a psicologia, mas da informática e da medicina não se pode abrir mão.
Querem ver? Que valor
científico tem o tal de “teste psicotécnico”? Se valesse tudo aquilo que os
psicólogos querem que ele valha, se tivesse valor absoluto, seria indispensável
para ser rei, papa, presidente da república, etc. E mais: todos os motoristas
seriam responsáveis, jamais causariam qualquer acidente. Assim como os juízes,
que são obrigados ao referido teste para aprovação em concurso, seriam homens
melhores que os outros homens, criaturas dotadas de serenidade e puro senso de
justiça, sem a arrogância de deuses do trovão.
Mais dois exemplos. O
“serial killer” lá de Goiás, “um rapaz bonito e bem vestido” que, de
motocicleta, matou por matar, friamente, 39 pessoas, a maioria indefesas mulheres,
se valia da inteligência para despistar as investigações policiais, usando
placas furtadas e cobrindo o tanque da moto, que era preto, com capas
coloridas. Importante: ele fez “teste
psicotécnico”- e foi aprovado - para trabalhar como vigilante armado.
E os bandidos que, depois de avaliação
“psicológica”, são liberados para o “regime aberto”, voltando a matar, a roubar,
a praticar horrores? Enfim, para que serve a “psicologia”? Que proveito se
tirou dela para melhorar o homem e o mundo? Isso “nem Freud explica”.