quarta-feira, 12 de novembro de 2014

DE JUÍZES E DEUSES (II)
João Eichbaum

Falou o sumo sacerdote Ricardo Lewandowski: "os magistrados não são Deus, eles são homens e devem obedecer à Constituição Federal."

Tem alguma coisa errrada. Como assim, “os magistrados”? Por acaso o Luiz Fux não é magistrado? E os demais membros do Supremo Tribunal Federal não são magistrados? Então, como é que eles não obedecem à Constituição Federal?

Por exemplo, no artigo 226, § 3º  da Constituição Federal está escrito, e quem não é analfabeto lê: “para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar a sua conversão em casamento”.

Pois o Luiz Fux transformou o homem em mulher e a mulher em homem, para decretar que “homem com homem” e “mulher com mulher” também podem formar união estável e também podem se casar. Todo o Supremo Tribunal Federal disse amén à heresia do Fux. Então, o Supremo assumiu a segunda criação do ser humano. Javé só tinha criado macho e fêmea, mas o STF fez mais do que o deus judaico cristão, produzindo a terceira espécie, o macho que não é macho e a fêmea que não é fêmea.

Só para ficar nessa, porque nesse espaço não caberiam todas as desobediências à Constituição praticadas pelo STF. Quer dizer, eles, os ministros do Supremo, estão fora dessa. Não obedecem à Constituição. Quer dizer: não são magistrados, são deuses. É o que se depreende da fala do Lewandowski, que perdeu uma ótima oportunidade de ficar quieto, na dele.

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