sexta-feira, 21 de novembro de 2014

O FARO DE DEUS E O PIZZOLATO

João Eichbaum

Jesus Cristo, que gostava de fazer frases de efeito, se saiu com essa  um dia: “muitos são os chamados, mas poucos são os escolhidos”. Os exegetas da Igreja Católica destrincham do jeito deles a charada.  O que o Nazareno quis dizer, afirmam eles, é que Deus faz um peneirão: atrai um monte de candidatos à promissora carreira de padre, mas só escolhe alguns.

Se supõe, é claro, que os escolhidos sejam os melhores. Ninguém escolhe os piores. Ainda mais que, segundo o povão, “Deus sabe o que faz”. Bem, se assim é, Deus anda errando muito. O que tem de padre largando a batina pra pegar mulher não é pouco. Sem contar os pedófilos, que fazem coisa pior, por baixo da batina.

Uma das mais recentes “escolhas” de Deus está nos jornais dessa semana. O Pizzolato, sim, ele mesmo, o Henrique Pizzolato, ex- diretor de Marketing do Banco do Brasil encontrou lá na Itália “pequenos sinais da existência do dito Criador”.

Só para reavivar a memória de vocês: o Pizzolato, que antes tinha sido seminarista, desviou uma grana legal do Banco do Brasil. Com uma parte abasteceu o PT para comprar partidos de apoio ao Lula e com a outra investiu em si mesmo. Foi condenado e fugiu para a Itália. Deixou a polícia brasileira com as algemas na mão, quebrando a cabeça à procura dele. Mas Deus chegou na frente.

Pizzolato foi preso também na Itália. Mas isso deve ter sido por conta dos projetos de Deus, porque foi exatamente na cadeia que Deus o encontrou. Se não tivesse sido preso, não teria conhecido a Igreja Pentecostal, em cujo seio diz que viu os “sinais de Deus”. A Igreja Católica perdeu um padre, mas os pentecostais ganharam mais um crente. Pelo visto, Deus gosta de confusão e, para isso, escolhe os caras certos.






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