segunda-feira, 10 de novembro de 2014

DE JUÍZES E DEUSES

João Eichbaum

Está decidido e transitou em julgado: juiz é Deus. Quem disser o contrário vai preso ou terá que pagar indenização.
Não. Não estou delirando, inventando bobagens. Estou apenas transmitindo para vocês a notícia de uma bobagem que já foi feita. Uma, das inúmeras, que só a Justiça não se peja de fazer.

Desde quando, dizer que alguém “não é Deus” é ofensa, fere a honra e a alma, desacata, bota abaixo uma instituição?
Pois a Justiça do Rio de Janeiro, essa mesma justiça que ganha, a título de auxílio-moradia, um valor que para os professores é prêmio de loteria, essa Justiça bateu o recorde da idiotice.

Essa Justiça, desprovida de massa encefálica, que julga os infelizes cariocas, enxertou a divindade na toga.
Se queria respeito, se deu mal, muito mal. O Brasil inteiro se levanta não só para protestar como para esculachar os togados, mostrando de que matéria eles são feitos.

Arrogância e vaidade não combinam com sabedoria. A sabedoria não encontra lugar na cachola de quem vive embriado pelo poder. Sabe-se agora que os juízes cariocas são muito mais arrogantes e vaidosos do que sábios. E que toda essa arrogância e essa vaidade e essa fraqueza de espírito e de intelecto são mantidas com o dinheiro do contribuinte.

Tenho pena de quem necessita dessa máquina de triturar sentimentos chamada Justiça. O atual Judiciário brasileiro não serve como modelo de organização social: suas prioridades são os interesses e as conveniências dos juízes. Os direitos dos cidadãos (a menos que se trate de um José Dirceu da vida) ficam para o segundo plano.


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