terça-feira, 21 de abril de 2015

ATÉ QUANDO?

João Eichbaum

A natureza se renova através da predação. A folha perde o verdor, morre, seca e, no chão, apodrecendo, serve à fertilidade da terra. O homem adoece ou morre de velho, por ordem da natureza, que precisa de espaço para se renovar. Se não houvesse mortes, não haveria lugar para todos no planeta terra.

Mas, essa mesma natureza atua dentro do homem, contribuindo para a depredação, necessária à renovação. O transporte de massas, trens, aviões, navios, ônibus é fruto da inteligência humana, a serviço do bem estar, do lazer e de outras exigências do “ego”. Como consequência, as mortes em massa são instrumentos de que se vale a natureza, através da inteligência do homem, para atingir a taxa de predação necessária.

Há também dentro do homem um outro elemento que, a serviço do ego da classe dominante, contribui para a predação: a maldade. A maldade produz guerras, perseguições, mutilações, fome e miséria. A maldade que provoca a miséria cria doenças, epidemias. A que provoca guerra gera diretamente a morte de uns e a riqueza de outros. É da morte que indústria bélica retira o seu lucro, que também gera emprego.

Ultimamente, à maldade se juntou a indiferença como causa predatória de vidas humanas. Fugindo da maldade das guerras ou das perseguições religiosas, criaturas atravessam o mar em busca de salvação. Mas a salvação é abortada pela indiferença dos que só se preocupam com o próprio umbigo.


Dominado pela natureza, que o fez animal, o homem recorre à hipocrisia, para inventar balelas tipo “declaração universal dos direitos do homem”. Mas só se lembra que é “homem”, quando lhe convém. De resto, vai tocando a vida, ao sabor do lado mais forte de sua natureza, que é o lado animal.

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