SÓ
QUEM GOSTA DE SER ENGANADO ENGOLHE ESSA
João Eichbaum
“Para magistrados
especializados na infância e juventude, a redução da maioridade penal é um
equívoco e retrocesso”, diz a notícia divulgada pela Associação dos Magistrados
Brasileiros (AMB). E o presidente da Associação Brasileira dos Magistrados da
Infância e da Juventude (ABRAMINJ), Renato Rodovalho Scussel, sai a campo,
explicando: “O debate sobre a redução da maioridade penal está num viés
equivocado. O que existe é um maior clamor de segurança pública e reduzir a
maioridade não adianta em nada. Quando se fala que mais de 83% da população é
favorável à redução, na verdade vemos que 83% está querendo é mais segurança
pública, uma polícia mais equipada e mais qualificada, o combate à corrupção”.
A notícia prova duas
coisas: a) que o juiz não sabe argumentar - o que não é novidade alguma para
advogados que se deparam, a cada dia, com monstruosidades que não merecem
sequer o nome de “sentenças”; b) que a perspectiva de terem que trabalhar mais,
para fazer jus a seus altíssimos subsídios, não cai no gosto dos juízes.
Ora, ora, todo mundo sabe
que os “adolescentes” servem de testas de ferro na execução dos mais horrendos
crimes. O que não adianta é ter polícia, botar toda a polícia do mundo atrás deles,
descobri-los e prendê-los: eles serão soltos, por serem “de menor”.
Evidentemente, quando os
adolescentes passarem a responder por seus crimes, o número de processos se
multiplicará ao infinito e a sociedade, clamando por segurança, exigirá que a
Justiça cumpra seu papel. Qual seria o maior interesse dos juízes: trabalhar
mais ou usufruir do “auxílio moradia”?
Um lembrete: não existem
“magistrados especializados na infância e juventude”, coisa nenhuma. Juiz
entende de lei – e olhe lá! Especializados em “infância e juventude” – se é que
existe especialização em primata humano – são psicólogos, psiquiatras, técnicos
em educação, pedagogos, etc. Conclusão: uma das maiores empulhações do
(des)ordenamento jurídico brasileiro são as tais de varas “especializadas” em “menores”.
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