quarta-feira, 15 de abril de 2015

Magistrados querem “bicho
João Eichbaum

A projeto da nova Lei Orgânica da Magistratura só não pode ser chamado de pouca vergonha, porque vergonha é um substantivo banido da vida dos brasileiros. Já que a classe política não estimula a honradez, a dignidade e a honestidade, que são pressupostos da vergonha, nada sobra para o povo comemorar em matérias de valores.

Agora também o Judiciário está se candidatando a figurar no listão da sem-vergonhice. Para isso vem treinando há muito tempo. Começou com as equipes de assessores, secretários e estagiários sem qualificação, praticando monstruosidades que recebem o nome de “sentenças”. Depois veio o “auxílio-moradia”.

Agora os juízes também pretendem entrar para a roda dos que usam o erário público em benefício próprio e dos seus. O novo projeto os com contempla com planos de saúde, auxílio-creche, auxílio-transporte, auxílio-funeral, auxílio-moradia e, pasmem, “gratificação de produtividade”!

Isso mesmo, os juízes vão ganhar “bicho”: além de todos os privilégios acima enumerados enganchados no subsídio de trinta mil e poucos reais, eles vão se equiparar aos jogadores de futebol: bicho por vitória sobre os processos distribuídos.

Então, vai ficar assim: quem não trabalha ganhará tudo aquilo que foi acima mencionado e mais a bagatela de trinta e poucos mil mensais. Quem der duro nos seus assessores, estagiários e secretários, cobrando deles mais serviço, acrescentará a tudo isso mais a “gratificação de produtividade”.
O que sobrará depois disso, senão a verdade irreparável de que não temos em que confiar?


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