terça-feira, 16 de junho de 2015


CIDADÃOS COM TRATAMENTO DE DEUSES


João Eichbaum

Segue abaixo a lista de singulares bondades que o Ricardo Lewandowski quer distribuir para os juízes de todo o Brasil, botando tudo na conta dos contribuintes:

auxílio-alimentação, para que os meritíssimos não saiam por aí, catando lixo à procura de sobra de comida, porque os vinte e seis mil mensais que eles ganham, não dão para matar a fome;
auxílio-moradia, para que eles não fiquem sem chão, não necessitem dormir nos bancos da praça... Afinal, quem é que ganhando só vinte e seis mil por mês, pode pagar aluguel?
auxílio-transporte para que as veludosas e decentes magistradas não sejam bolinadas nos ônibus apertados, e os machos de toga não necessitem tirar seus fuscas enferrujados da garagem;
auxílio-creche para que,  os magistrados possam ter famílias felizes: não sendo a plebe uma boa companhia, não se misturem os bebês dos magistrados aos filhos de faxineiras, prostitutas, garis e outros da classe social posta à margem;
auxílio-educação, para que sejam preservados os talentos insignes dos rebentos dos togados, poupando-os da desgraça das escolas públicas;
auxílio-mudança, para que juízes e juízas descolados possam escolher o melhor lugar para viver, fugindo das comarcas trabalhosas, e se livrando da agenda lotada de pendências,  com lucro;
auxílio-provimento, a extorsão legal, o lado festivo das recusas: não quero ir para aquela comarca, mas se me pagarem mais, eu vou.
auxílio-plano de saúde, para que você, contribuinte, pague  o plano deles, mantendo-os saudáveis e tesudos;
auxílio-capacitação para que aprendam a se safar do buraco negro das grandes questões jurídicas e a tratar com urbanidade as partes e seus advogados, a partir do pressuposto de que tenham ingressado na magistratura sem terem capacidade para tanto;
adicional de formação profissional para magistrados que, não tendo cursado universidade pública, tiveram que adquirir o diploma, através de módicas prestações, em faculdades comerciais. Tudo partindo do princípio de que, onde o burro pasta, a grama viceja mais forte.
adicional de permanência, para que não fiquem enchendo o saco da patroa em casa, depois de aposentados;
prêmio de produtividade: se não trabalhar, ganha tudo aquilo que foi relacionado acima  Se trabalhar, ganha um “plus”.




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