sexta-feira, 12 de junho de 2015

 MODOS DE CHEGAR
João Eichbaum

Para fechar o currículo com um perfil de criatura insólita e sensual, não é necessário se entregar a pensamentos pequenos, subir em botas de salto alto e enfiar minissaia - sem calcinha, para fazer tudo combinar com o róseo daquela parte, que não menciono na presença de senhoras da sociedade. Por exemplo, a Rose e a Helena Ventura não se serviram de tais expedientes.

A Rose, aquela do Lula, não agia desse modo. Despachada pelo Zé Dirceu, ela encontrou o caminho da vida na vida do Lula, do Lula presidente. Sindicalista como ele, sedenta de poder como ele, foi se chegando só na base das ideias e dos objetivos do partido, que coincidiam com seus objetivos. Foi devagar, comendo pelas beiradas: ela e todas as mulheres maravilhas sabem que os homens têm o seu lado de montar e são guiados mais pela testosterona do que pela inteligência.

Nas viagens internacionais, nas quais o Lula se fazia acompanhar pela primeira dama, a Rose fazia parte da comitiva presidencial oficialmente, na condição de assessora. Seu nome figurava na lista, tudo certinho, crachá pendurado no pescoço, função, etc. E ficava na dela, assessorando sabe-se lá o quê.

Depois, a primeira dama foi enjoando das viagens, dos salameleques diplomáticos, dos discursos de sempre, e acabou desistindo de acompanhar o marido. Então surgiu a vez da Rose. Não que fosse uma beleza, com aquela cara mal amanhada, o queixo duro, a boca voluptuosa de quem comeu a maçã do diabo. Mas sabia apresentar a credencial do corpo. Um corpão de mulher experiente, cheio de carnes, próprio para ser agarrado em qualquer parte, e uns olhos melados pelo desejo. E tudo fluía nos trinques, desde que o nome dela não constasse da lista do séquito presidencial.

A atual mulher do governador de Minas, o tal de Pimentel, é a mesma coisa. Chegou como assessora, de assessora passou a secretária, subchefe e tal e coisa. Não precisou de muita competência, para deixar os hormônios do chefe alvoroçados. Até que chegou lá: primeira dama de Minas Gerais, na alegria e agora também na tristeza, sob a mira da polícia federal e do Sérgio Moro.

A Rose, com aquele puxadinho da Presidência da República, que o Lula arrumou pra ela em São Paulo, e a Helena Maria de Souza, que também atende pelo nome de Helena Ventura, atrelando sua beleza à carreira política do Fernando Pimentel, tinham um objetivo na vida e botaram a mão na taça. Imoral é andar de minissaia sem calcinha, combinando com a perereca. Participar do poder ou montar empresas de fachada, para lavar dinheiro mal havido, não consta na lista dos pecados mortais. O PT que o diga.


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