Estupro, espancamento e morte: a tarde de horror no Piauí*
Frederico Fernandes
A porta de um dos cômodos na casa do
comerciante Jorge Moura, de 52 anos, na pequena Castelo do Piauí, cidade com
pouco mais de 18.000 habitantes a 180 quilômetros de Teresina, não é aberta há
duas semanas. Moura e a mulher não conseguem entrar no local desde que a filha
Danielly Rodrigues Feitosa, de 17 anos, desapareceu na tarde de 27 de maio
depois de subir com três amigas o Morro do Garrote para tirar fotos que seriam
publicadas em redes sociais. No caminho, as estudantes foram rendidas por
quatro adolescentes que, naquela tarde, usavam drogas na companhia de um
traficante de 39 anos, fugitivo de São Paulo. O desfecho desse encontro foram duas horas de terror. As meninas foram despidas à
faca, amordaçadas com as próprias roupas íntimas, amarradas a um cajueiro,
torturadas e obrigadas a manter relações sexuais com os cinco monstros. Depois
disso, foram atiradas de um penhasco. A queda no terreno de pedregulhos
pontiagudos provocou ferimentos severos. Elas ainda ficaram cravejadas de
espinhos pelo corpo. Mas isso não bastou. Dois menores desceram o morro e
tentaram liquidá-las a pedradas.Danielly morreu no último domingo e uma das
vítimas permanece internada em estado grave. A atrocidade foi cometida no
momento em que o Congresso Nacional parece ter decidido fazer avançar mudanças
na maioridade penal no Brasil. Quem conheceu as quatro meninas da minúscula
cidade do Piauí, estado recordista em indicadores negativos no país, só quer
resposta para uma pergunta: menores que cometem crimes brutais como esse vão
ficar impunes?
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Fonte JusBrasil
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