GOVERNADOR COM VOCAÇÃO DE PADRE
João Eichbaum
Não se diga que o Sartori, com aquela
cara de padre de bigode, tenha enganado boa parte do povo gaúcho. Não. O que o
povo queria era se livrar do falastrão Tarso Genro que, vivendo só de política,
na política e para a política, deixou o Rio Grande do Sul em maus lençóis.
Eleito para salvar o Rio Grande do Sul
das patacoadas do PT, a primeira coisa que fez o Sartori, como gringo e ex-seminarista,
foi contar o dinheiro. E concluiu: “não chega”.
A partir daí, sua (indi)gestão foi um desastre,
do qual o desembargador Luiz Felipe Difini extraiu a seguinte lição para
políticos incompetentes: “crise fiscal não é programa de governo”.
Realmente, desde que botou a faixa de
governador, o Sartori só chorou miséria, não pagou dívidas, não pagou os funcionários
em dia, nada fez pela saúde, pela segurança e pela educação, deixando em
banho-maria as funções essenciais do Estado.
Mas se manteve folgazão e divertido o ex-
seminarista, como se a vida fosse um circo de cavalinho para todos. Dançou como
um verdugo de consciência tranquila, na frente de todo mundo, na Exposição de
Esteio, um dia depois de anunciar que não podia pagar os funcionários. E depois
de deixá-los pendurados num empréstimo
para compensar o décimo terceiro, foi “gozar férias” no exterior.
Agora, na volta, ouvindo a verdade que o
desembargador Difini lhe jogou na cara de noviço com bigode, o governador
folgazão quis reagir, respondendo com uma frase copiada da internet, que
atribuiu a Einstein: falar de crise é
promovê-la, calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso,
trabalhemos duro, acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia
de não querer lutar para superá-la.
De frases de efeito, mas sem conteúdo
aproveitável, a internet está cheia. Einstein era físico e não sociólogo. Não
era filósofo, nem economista, para dar palpites sobre crises. A frase não podia
ser dele, como, de fato, não é.
O Sartori continua com jeito e ideias de
padre. Comporta-se no governo como se estivesse num púlpito, propalando
quimeras tipo salvação de alma e eternidade. E, já que o Palácio Piratini não
tem janela para o mar, se dá férias, enquanto enrola as funções essenciais do
Estado em palpites furados que pululam na internet.
Nenhum comentário:
Postar um comentário