terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

GOVERNADOR COM VOCAÇÃO DE PADRE

João Eichbaum

Não se diga que o Sartori, com aquela cara de padre de bigode, tenha enganado boa parte do povo gaúcho. Não. O que o povo queria era se livrar do falastrão Tarso Genro que, vivendo só de política, na política e para a política, deixou o Rio Grande do Sul em maus lençóis.

Eleito para salvar o Rio Grande do Sul das patacoadas do PT, a primeira coisa que fez o Sartori, como gringo e ex-seminarista, foi contar o dinheiro. E concluiu: “não chega”.

A partir daí, sua (indi)gestão foi um desastre, do qual o desembargador Luiz Felipe Difini extraiu a seguinte lição para políticos incompetentes: “crise fiscal não é programa de governo”.

Realmente, desde que botou a faixa de governador, o Sartori só chorou miséria, não pagou dívidas, não pagou os funcionários em dia, nada fez pela saúde, pela segurança e pela educação, deixando em banho-maria as funções essenciais do Estado.

Mas se manteve folgazão e divertido o ex- seminarista, como se a vida fosse um circo de cavalinho para todos. Dançou como um verdugo de consciência tranquila, na frente de todo mundo, na Exposição de Esteio, um dia depois de anunciar que não podia pagar os funcionários. E depois de deixá-los pendurados  num empréstimo para compensar o décimo terceiro, foi “gozar férias” no exterior.

Agora, na volta, ouvindo a verdade que o desembargador Difini lhe jogou na cara de noviço com bigode, o governador folgazão quis reagir, respondendo com uma frase copiada da internet, que atribuiu a Einstein: falar de crise é promovê-la, calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro, acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la.

De frases de efeito, mas sem conteúdo aproveitável, a internet está cheia. Einstein era físico e não sociólogo. Não era filósofo, nem economista, para dar palpites sobre crises. A frase não podia ser dele, como, de fato, não é.

O Sartori continua com jeito e ideias de padre. Comporta-se no governo como se estivesse num púlpito, propalando quimeras tipo salvação de alma e eternidade. E, já que o Palácio Piratini não tem janela para o mar, se dá férias, enquanto enrola as funções essenciais do Estado em palpites furados que pululam na internet.


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