UMA VESTAL NO PUTEIRO
João Eichbaum
Foto da semana passada mostrava aqueles
animais humanos deitados de barriga para baixo, impotentes, com as mãos
algemadas às costas. Um deles tinha as calças arriadas, mostrando as cuecas.
Humilhação para ninguém botar defeito. Deve ter se indignado a virgem do Rosário,
ops, a Maria do Rosário, que faz o papel de Nossa Senhora dos Bandidos.
Ao lado deles, um arsenal de armas de
alto calibre e caixas cheias de “miguelitos”. De campana, a polícia civil os
havia surpreendido às seis da matina, cercando a casa de dois pisos que eles
haviam alugado, numa zona rural. Houve troca de tiros, naturalmente, e um dos
bandidos foi mandado fazer companhia ao “bom” ladrão, no outro mundo.
Entrevistado, o delegado de polícia
responsável pela operação, foi venenoso: “prendemos eles hoje, mas não sabemos
por quanto tempo ficarão presos...”.
A mensagem foi captada, via Chico Xavier,
pelos juízes, cuja associação, para proteger a integridade de seu hímen, mandou
um recado ao Executivo, atribuindo-lhe o desmantelamento, o despreparo e a
deficiência da polícia.
Em outras palavras, os juízes dizem que
“não dão pra qualquer um”. Manietados pela lei, são impedidos de homologar
flagrantes e deferir prisões preventivas em inquéritos mal instruídos. Sem
falar no arrepio que lhes causa prender bandidos em presídio sem ar
condicionado e piscina aquecida.
O Legislativo faz leis que protegem
bandidos, o Executivo, além de desaparelhar a polícia, tira o conforto dos
presídios, e o Judiciário só cumpre a lei (e as decisões ilegais do Luiz Fux,
tipo auxílio-moradia e alimentação). Então, ó, o povo que se lixe e aguente o
cheiro de merda humana que exalam os ventiladores.
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