sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

PEQUENA HISTÓRIA DO BRASIL MODERNO

João Eichbaum

Lula, o metalúrgico, nem sempre foi metalúrgico. Antes, fora apenas retirante, como a maioria dos descendentes de portugueses e de holandeses do norte e nordeste. Ele veio para São Paulo, como seus conterrâneos, à procura de emprego. Não teve sorte. Só arrumou serviço.

Mas, não trabalhou por muito tempo. Arguto, e com um faro de cachorro pegador de lebre, ouviu falar num tal de “auxílio-acidente”, que dava dinheiro sem trabalhar. Aí apareceu com o dedo cortado. Livre do batente, teve tempo para entrar no funil da liderança sindical, onde a garantia do emprego, sem trabalhar, operou nele o milagre de discursar com a língua pegada.

Seus discursos de engambelar jumento atraíram a atenção de outros animais sociais, fugitivos ou deportados, com instintos indomáveis para o poder. Fernando Henrique, José Dirceu, José Serra e uma turma inumerável de desocupados, que não precisaram cortar o dedo para ganhar sem trabalhar, viram em Lula, o metalúrgico, a isca para apanhar toda a raça muar.

Quando achou que podia andar com as próprias pernas, o espertalhão Fernando Henrique deixou a turma do chão de fábrica e se aproveitou das furadas do  janota Fernando Collor, para assumir o poder, levando consigo a elite da esquerda, puxada por Serra. Até que deu certo: a moeda brasileira se valorizou, deixando para trás o malefício da inflação.

Mas aí o povo resolveu dar chance para a esquerda do andar de baixo, que tinha Lula ainda como isca. A ele se juntou um monte de mercenários políticos que, vendendo votos, pavimentaram a ascensão de comunistas, energúmenos ou de ocasião, ao poder. Com a moeda estabilizada e a economia bombando, Lula, o metalúrgico, conseguiu o que sempre buscou: emprego, sem serviço.

O resto da história, todo mundo sabe. Achando-se o senhor do trono, o metalúrgico o entregou para uma comunista, mais conhecedora de armas do que de economia, e o país chegou onde está: desembocando numa fossa, entupida de tal jeito, que a merda se confunde com o ladrão.


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