quinta-feira, 30 de março de 2017

TIGRE DE BENGALA
Carlos Maurício Mantiqueira*

Dona Onça está embevecida por um tigre de bengala.

Dotado de força e coragem invulgares, quando campeava na mais importante selva do mundo, mostrou seu desassombro a um monarca europeu quis visitar incógnito um jazida riquíssima, fruto de internacional cobiça. Em poucas horas, alguns de seus rebentos se apresentaram ao surpreso potentado, prestando-lhe homenagem e colocando-se à disposição.

Em linguagem felina, significa:” Isto aqui tem dono e sabemos quem você é !”

Parece que o epigrafado, também andou dando um corretivo em hienas que faziam estrepolias mais ao norte.

Alçado ao Grão Felinato por descuido de uma incompetanta, passou a seguir o exemplo do Cunctator.

Admirado por seus pares, goza de minha confiança.

Já estou numa idade em que raramente sou iludido por alguém (com exceção de algumas deusas provocantes).

Sabedor da arte da dissimulação conhecida pelo acima referido, não me espanta algumas de suas declarações, tidas por inoportunas pelos leigos.

Neste maravilhoso país nada funciona fora da felinidade.

Lembrem-se dos três macaquinhos. Um não ouve, outro não vê e o terceiro não fala.

O nosso herói faz ouvidos moucos para o clamor das ruas, finge que não vê a podridão (talvez seja tigre de bengala branca !) mas fala. Não pode calar para levar no bico um bando de micos.

*Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador

Fonte: Alerta Total




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