ME
DÁ UM DINHEIRO AÍ
João Eichbaum
Desde
que a república foi redemocratizada pelo PSDB, PMDB, PT e outros partidos de
cujos nomes o povo nem se lembra, parece que a ideia dominante é de que a
liberdade necessita de dinheiro para sustentar a democracia. Desde então, a
frase mais usada nos círculos políticos é “me dá um dinheiro aí”.
Na
trajetória da chamada nova república, o presidente eleito Tancredo Neves não
assumiu, mas deixou como herdeiro o Aécio Neves, que hoje é manchete nacional.
José Sarney, tendo recebido da morte do Tancredo a faixa de presidente, não
engrandeceu apenas seu patrimônio. Como bom pai, botou seus filhos na única
profissão que enriquece seus praticantes só com blábláblá: a política.
Depois
dele, veio o fanfarrão Fernando Collor de Melo, das Alagoas, que meteu a mão na
poupança dos brasileiros e manteve o país no redemoinho da inflação, inaugurado
pela dita nova república. O pontapé do impeachment o levou à renúncia. E o
motivo de tudo isso foi exatamente o que vocês estão pensando: dinheiro.
O
tempo em que Itamar Franco ficou presidindo a República foi muito pouco e do
ilustre falecido a única coisa que se sabe é que gostava de mulher sem
calcinha. Mas sobre seu sucessor, Fernando Henrique Cardoso, cujo nome passou
pela boca de alguns delatores premiados, corre muita história mal contada.
Fala-se muito dos cifrões que garantiram sua reeleição.
No
governo do PT, a política foi realizada pelas siglas OAS, ODEBRECHT, CAMARGO
CORREA, QUEIROZ GALVÃO, ANDRADE GUTIERREZ, etc. que praticam a democracia do
cifrão. O Lula, por ser honesto, tem uma renda mensal de apenas cinquenta mil
reais, mas seu filho, que nunca apresentou certificado de honestidade, é um dos
homens mais ricos da Brasil. Dilma, a sucessora do Lula, está na fase das
explicações sobre a relação entre o poder econômico e o seu PAC.
E,
como a história anda, chegou a vez do Temer, o pai do Michelzinho, um guri que
com doze anos já tinha um patrimônio de dois milhões de reais. A mãe do menino
é uma bela madame, recatada e do lar, mas precisa de babá para seu guri. Desde
ontem o nome do Temer enche bocas e manchetes com notícias sobre a compra de
sua honra, que estava em poder de Eduardo Cunha. O negócio, bancado pela JBS,
representa uma mesada de quinhentos mil reais, com a fiança moral do
presidente.
Esse
é o sistema, que faz dos políticos do Brasil as pessoas mais saudáveis do
planeta. Eles sorriem e festejam a vida, tranquilizados pela certeza de que ao
povo basta a democracia, que lhe dá liberdade para xingá-los. Essa mesma
democracia lhes empresta o fenômeno da fênix: das cinzas da corrupção, a cada
quatro ou oito anos, eles renascem para a política.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário