sexta-feira, 29 de junho de 2018


FUTEBOL (II)
João Eichbaum
“Ele é uma pessoa extraordinária, delicada, doce, amável, meiga, amiga”. Assim foi descrito por Kleber Leite, em entrevista para a revista Piauí, um certo José Hawila, poderoso empresário ligado a empreendimentos no mundo futebolístico. Para quem não sabe: Kleber Leite foi presidente do Flamengo, o mais popular clube carioca que, tempos atrás, representava uma espécie de marca da malandragem e do futebol brasileiros.
 Hawila e Kleber já se conheciam desde o tempo em que eram colegas radialistas. Depois, ambos migraram para o campo dos negócios esportivos, onde o primeiro fundou a empresa que o tornou rico, a Traffic e o segundo a Klefer, Produções e Promoções Ltda.
Com fortuna e prestígio, o dono da Traffic chegou a ser considerado pela revista inglesa World Soccer um dos homens mais influentes do futebol no mundo. Promovendo marketing esportivo, tinha negócios assim com os grandes clubes, como com as entidades que os congregavam e, naturalmente, faturava com empreendimentos fantásticos, tipo Copa do Mundo, Olimpíadas, Copa do Brasil, Copa América, essas coisas que o povão adora.
Para chegar onde chegou, usando as qualidades descritas por Kleber Leite, Hawila foi conquistando espaços na imprensa e na política, além de vínculos muito fortes com os dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol.
Dono do Esportivo Brasil, do Miami FC, na Flórida, e do Estoril Praia, em Portugal, administrando grandes clubes e detendo o passe de muitos jogadores, o poderoso empresário promovia festas memoráveis, reunindo a nata social de todas áreas, de ministros a nomes fortes da imprensa, como Galvão Bueno e ídolos populares, como o ex-jogador de futebol Ronaldo.
Pois esse homem, que vivia de fausto e prestígio devido a seus negócios com a Confederação Brasileira de Futebol, caiu nas malhas do FBI, cujas investigações a respeito de falcatruas no futebol mundial acabaram botando na cadeia o ex- presidente da CBF, José Maria Marin.
Para gozar de liberdade, o magnata Hawila recebeu a incumbência de entregar os parceiros de falcatruas. Para isso, grampeava conversas com amigos como Ricardo Teixeira, também ex-presidente da CBF, e Kleber Leite.
Hawila morreu, antes de entregar seus amigos. Mas deixou como herança a contaminação da má fama da Confederação Brasileira de Futebol. Por conta desse infeccioso contágio, o atual presidente da entidade, semana passada, na Rússia, foi impedido de ocupar o camarote da FIFA, que se enfeita de vestal, para embriagar e seduzir o povo, sua galinha dos ovos de ouro, com o ópio do futebol.

quinta-feira, 28 de junho de 2018


TraiCão e outros Cães

Por Carlos Maurício Mantiqueira*



O Dona Onça parece perdida no mato; sem cachorro Cãofiável.

Ao que parece, está cercada de melancias e outros Cãonalhas.

Fadada à observaÇão da destruiCão de seu país e impotente para vir em seu socorro.

Nós, das classes alarmadas, não mais nos iludimos com histórias de fadas.

Por subserviência ou cobiça, muitos rasgam o juramento de defender a Pátria.

Mas o dia da fúria virá.

A crise moral, financeira e institucional é de tal gravidade que veremos um terremoto de grandes proporções num futuro breve.

Quando o supremo urubusário decide NÂO cumprir uma Lei ( a do voto impresso) deixa aberta a porteira para qualquer outra besteira.

Eleição sem reformas que possibilitem candidaturas independentes, sem voto distrital e sem votação e apuração fiscalizadas, é GOLPE.

É um circo montado para nos fazer de otários.

Menos mal que a alegria de palhaço é ver o circo pegar fogo.

E o incêndio virá. Estatísticas mentirosas de que a inflaCão é de mixaria por cento, “pesquisas” eleitorais feitas nas coxas e outras mazelas farão a classe política ver que agora é que são elas.

Lançada está a sorte. “Independência ou Morte !”

Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.

Fonte: ALERTA TOTAL


quarta-feira, 27 de junho de 2018


PENSAMENTOS DO RUI ALBERTO

Só imagino Deus quietinho e bem comportado quando dorme depois de criar mais um universo ou de fazer uma transa, por ficar cansado...
Está no gênesis, que Deus cansa, portanto não me venham com chorumelas...

(Já sei que quem quer continuar cego, vai ler isto e fingir que não leu, para continuar cego... Mas Jesus não disse que de qualquer dos cegos seria o reino de Deus. Não disse não...)
Volta a chover como se Deus e suas odaliscas se banhassem no Éden... Novos Adão e Evas, em seus planetas novos em folha, se preparam para povoar seus mundos...
E dá-lhe chuva!!!!
Seríamos idiotas em imaginar Deus cheio de coisas boas que inventou, sem provar de nenhuma... Eternamente solteirão...
Pra mim, Deus transa e deve ser todo dia... Ele não precisa de Viagra... As deusettes devem ter orgasmos multi-multi-transcendentais...
Progresso é para os idiotas, o paraíso para os crentes e carnavalescos

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terça-feira, 26 de junho de 2018


FUTEBOL
João Eichbaum
Essa é a constante  que impera no futebol: todo o craque tem o seu dia de perna de pau e todo o perna de pau tem o seu dia de craque. Em outras palavras, não existe jogador extraordinário cujo desempenho seja incondicionalmente brilhante em qualquer jogo. Assim como não há jogador vulgar que um dia não se saliente.
O futebol é o retrato da vida, cheio de altos e baixos. Sua trajetória,  comandada por acasos, pode conduzir tanto ao grotesco como ao sublime. Afinal, são vinte e dois participantes em campo. Cada um deles com seus problemas, com suas preocupações, com seus objetivos, com suas frustrações e sucessos. Todos querem vencer e, para isso, levam em conta suas individualidades, sua história, seu motivo de busca pela vitória.
É desse amálgama de egos e suas circunstâncias que se produz um jogo de futebol: nem todos no mesmo nível, nem todos despidos de ansiedade, nem todos sem pane na alma, nem todos desligados da realidade que os cerca, dos aplausos que lhes injetam vaidade, dos apupos que os humilham.
Enfim, futebol envolve técnica, arte, condições físicas, psíquicas e todas as demais circunstâncias que produzem acasos e são por eles produzidas. Daí nasce a sorte. Ou o azar.
A beleza do voo acrobático de Cristiano Ronaldo, fazendo gol de cabeça contra Marrocos, e a precisão geométrica do gol de Toni Kroos contra a Suécia, são obras de acasos. No primeiro caso, a bola cruzou numa altura e numa velocidade que dificultavam tanto o chute quanto a cabeceada dos defensores, mas ofereciam para Cristiano Ronaldo uma distância que lhe permitiu preparar aquela incrível levitação em movimento. Já para o chute de Toni Kroos contribuiu a falsa expectativa dos gigantes defensores da Suécia. Eles esperavam um cruzamento, mas a técnica de Toni Kroos transformou a trajetória diagonal da bola em curva, exatamente no ângulo da goleira, onde ninguém poderia pôr a cabeça.
Já para o astro egípcio Mohamed Sallah o acaso foi padrasto. Em jogo pela Liga dos Campeões, sofreu grave lesão e só pode estrear na Copa do Mundo contra a Rússia. Sem condições físicas e psíquicas, esteve apagado no jogo: foi o seu dia de perna de pau.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

É TUDO CULPA DA EVA – CRÔNICA DE MARILÉIA SELL
Mariléia Sell
Que Eva é a responsável pela expulsão da humanidade do paraíso não é novidade para ninguém. O que passa batido, porém, é que sua insubordinação continua causando inconvenientes até os dias de hoje. Por causa dela precisei fazer um curso de batismo na última sexta-feira. Isso porque a desobediência de Eva desencadearia uma eterna relação de desconfiança de Deus para com as suas criaturas. Para não deixar Deus inseguro sobre o nosso amor, nós, os cristãos, reafirmamos, de tempos em tempos, os votos através dos sacramentos. O primeiro sacramento, o batismo, lava o pecado original, esse da maçã que Eva comeu nos jardins do Éden no início dos tempos. Depois, reafirmamos nosso amor pelo sacramento da confirmação e do crisma. Se Eva não tivesse pecado e induzido Adão a pecar também, não precisaríamos do batismo. Eu não precisaria ter feito o curso.
No curso, aprendi uma série de coisas. Conceitos fundantes da igreja foram repassados em uma hora e quinze minutos, em coloridas lâminas de power point. Na agradável apresentação, temperada com comentários bem-humorados, porque ninguém mais aguenta cursos chatos, a ministrante e seu companheiro nos relembraram das nossas obrigações cristãs. Rapidamente, repassaram o compromisso que assumiríamos perante Deus, ao batizar uma criança. Frisaram também que a mulher tem um papel determinante no seio da família cristã. Ao aprofundar-se nas atribuições, a ministrante mencionou a natural submissão da mulher ao homem. Imediatamente, um burburinho de inconformidade espalhou-se pelo salão. Mas foi só o tempo de a mulher puxar o fôlego e explicar o conceito de submissão, sempre tão mal interpretado. Certos conceitos, quando mal compreendidos, podem causar revoluções desnecessárias. É uma submissão que coloca a mulher em posição “privilegiada”, explicou. “A mulher é o grande pilar das famílias. Ela é que dá sustentação ao homem e a todos os integrantes do núcleo familiar”. A tensão se desfez. Respiramos aliviadas. Quem não gosta de desempenhar um papel privilegiado, não é mesmo? Por isso é bom fazer cursos, atualizar-se sempre.
Eva também deve ter interpretado mal o seu papel de submissão ao homem, como tão bem explica o livro do Gênesis, no capítulo 2, versículo 18. Eva veio para ser a “ajudante” de Adão. Inicialmente, Deus nem havia pensado em criar a mulher. Foi em uma revisão de sua obra que o criador perceberia que a sua criatura perfeita precisava de um “complemento”. Da costela mesmo, rapidinho, fez a mulher. Bem, mas estávamos falando da possível incompreensão de Eva sobre o seu papel. Se ela tivesse se inscrito em um curso, a humanidade, provavelmente, estaria vivendo dias melhores. Se ela tivesse perguntado a Adão ou a Deus sobre o fruto proibido, eles a teriam advertido. Ao invés de confiar em Deus e no seu marido, preferiu dar ouvidos a uma serpente desconhecida e mal-intencionada. Bastava ter feito uma consulta, porque o papel do homem é esse: fazer as leis, advertir, orientar. Por isso Deus é um homem e não uma mulher. Por isso os homens são padres e as mulheres são freiras. Elas, as freiras, têm a função privilegiada de dar suporte ao sacerdócio masculino. Isso porque eles, sabidamente, têm essa capacidade ampliada de discernimento. Eva achou que tinha discernimento também, que podia decidir por si mesma. Algumas mulheres herdaram essa mania de Eva e continuam achando isso até hoje.
Mesmo sem nunca termos cruzado com Eva, as consequências de seus atos nos afetam diretamente. A sua desobediência condenou as mulheres do mundo todo a dores de parto terríveis. Sua insubordinação condenou-nos também à dominação masculina. Mas isso ainda não é tudo. Por causa da vulnerabilidade de Eva, todos nós precisamos trabalhar. Nós mulheres, por óbvio, bem mais. Por causa de Eva levantamos em dias frios como os que correm para receber salários sempre aquém das benesses que um paraíso poderia nos proporcionar. Todos temos motivos concretos para odiar a primeira mulher do mundo, da qual viriam todas as outras.
Mariléia Sell é Professora Doutora dos Cursos de Letras e Comunicação da Unisinos

sexta-feira, 22 de junho de 2018


ADIVINHE DONDE ELES VIERAM
João Eichbaum
Um grupo de marmanjos, metidos a engraçadinhos, resolveram desenfrear seus instintos bestiais. Rodearam uma bela jovem russa, loira, de olhos verdes e lábios encorpados, e desataram, com gritos, guinchos e esgares simiescos, uma cantiga bagaceira.
Embora traísse certo constrangimento com um grupo de rapazes histéricos a seu redor, a jovem, talvez mais por cortesia do que por gáudio, sorria no meio daquela encenação de macacos fora do zoológico, sem saber que o mote imundo aludia à sua vagina: “buceta rosa”.
Os arruaceiros, rindo como o faz qualquer degenerado cuja boca só verte tolices, vestiam uma camiseta amarela, com distintivo debruado de azul, em cujo centro se salientava uma cruz de malta branca, no lado esquerdo do peito.
Eram as credenciais deles: vinham de um país chafurdado na desigualdade, na violência, na corrupção, onde pessoas do estrato social mais de cima, que não têm o mínimo dos neurônios necessários para o convívio social, costumam se achar diferentes, acima dos demais.
A conclusão é óbvia: não eram pobres, não eram gente de periferia, porque pobre, gente de periferia, não têm condições de ir à Rússia para assistir a uma Copa do Mundo.
Que eram oriundos de um país sem educação, não há dúvida. Tivessem eles educação, não fariam do vilipêndio seu instrumento de afirmação; da falta de vergonha, a fonte de seus valores pessoais; de seus fracassos como seres humanos, a medida de avaliação dos outros; do seu comportamento, a prova de que nem todos os macacos evoluíram. Tivessem educação, iriam respeitar a indumentária que representava sua pátria amada, idolatrada, com lábaro cheio de estrelas, cruzeiro resplandecente, raios fúlgidos, etc.
Mas, quem é que respeita o próprio país, se o país, exatamente por falta de respeito, não lhes dá educação, não lhes ensina a diferença entre gozação e indecência, entre alegria e opróbrio? Quem é que respeita um país que só tem motivos para emprestar bravura e tratar como heróis a quem sabe chutar bola e, como artistas, a quem sabe mostrar a bunda?

quinta-feira, 21 de junho de 2018


PENSAMENTOS DO RUI ALBERTO *

A documentação da embaixada portuguesa em "Estoucalmo" na Suécia, pegou fogo em incêndio pós-pago... Meu filho teve que ir a Lisboa para atualizar a sua documentação... Lá encontrou nosso querido amigo do tempo em que meu filho nasceu, o Victor, que era um velho quase senil, e que depois de uns tempos em Portugal rejuvenesceu uns 30 anos e parece um guri...
A tranquilidade e a paz, além de enobrecerem, rejuvenescem... As preocupações, encrencas e aporrinhações, essas, criam rugas e encarquilhamentos corpo afora e corpo adentro principalmente na mioleira

A "Conexão Manhattan"
Uma conexão muito inteligente que acompanho há 25 anos. A inteligência surpreende e confunde as idéias, tornando os pitacos engraçados, inteligentes, aceitáveis, mesmo que não se concorde com as postulações por mais que se pareçam com a "verdade", que como sabemos, cada um tem a sua....
Diogo Mainardi foi claríssimo: Trata-se de gente velha, com forma velha de pensar, que vem descrevendo as mudanças do mundo...
Para Lucas Mendes e os outros, acham que a Conexão faz tendências, orienta, é o suprassumo da cultura... Mas Lucas Mendes está ficando velho, a ditadura acabou e a conexão não precisa fugir dela como nos tempos do reduto do Paulo Francis...Obama nem é mais presidente.... Podem falar aqui mesmo do Brasil, que é onde o bicho pega
Eu também fiquei velho, mas não fiquei gagá, agarrado aos chatos vermelhos dos pentelhos de Fidel Castro.
Diogo tem razão... deviam se aposentar e contratar gente nova

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quarta-feira, 20 de junho de 2018



AGORA ENTENDI


Por Carlos Maurício Mantiqueira*


O vampírico desgoverno, além do radar quebrado, também está sem bússola, sem relógio e sem rumo.

Logo, logo levará fumo.

Abundam-lhe as(os) birutas. A maioria de filhos da rima.

A primeira vítima foi um cão; Cãogonhas!

Devotos de Papai Noel e cegonhas, ruins de votos, os sem vergonhas!

E tome urna que a realidade enfurna!

Em nossa luta diuturna por um país melhor, as cenas dos próximos capítulos já sabemos de cor.

A classe polititica teme o verdadeiro confronto:

Pimpão X Onça!

O primeiro é qualquer paspalho que sirva pra quebrar o galho e manter as coisas como sempre foram.

Já nossa felina, se inspira (ou transpira) no lema templário:

"Sator arepo tenet opera rotas”.

Tu, eleitor, comes merda mas peru arrotas! Eleição sem voto impresso é GOLPE!

Nada que uma frase palindrômica não possa resolver:

“Socorram-me, subi no onibus em Marrocos!”

Socorra-nos dona Onça, sem tardOnça, que o país está uma bagOnça!

Se não o fizeres, terá sido em vão a morte do mineiro alferes!

Esconder-se atrás das coxias não era coisa de Caxias!

Venha ao proscênio, como fez o general Stênio.

Construa uma refinaria sem clemência com a porcaria que hoje suga as riquezas do Brasil.

*Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.

Fonte: ALERTA TOTAL






Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.

terça-feira, 19 de junho de 2018


ESTADO PERDULÁRIO
João Eichbaum
O artigo 37 da Constituição Federal assim reza: “a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência...”
Quem não conhece a bagunça institucional do país, quem nunca esteve aqui, ao ler nossa Constituição há de pensar que a coisa realmente funciona dessa forma: tudo dentro da lei, da moralidade, com o interesse público se sobrepondo a interesses particulares, com eficiência ímpar...etc.
Isso porque os princípios estabelecidos no referido dispositivo constitucional são as peças basilares da verdadeira administração de um país que se preocupe, antes de tudo, com o bem-estar dos cidadãos e tenha em mira a busca de meios que sirvam a tal finalidade.
Mas, nós, brasileiros, sabemos que desses princípios nenhum dos três poderes toma conhecimento. O que as administrações cuidam, em primeiro lugar, neste país entregue à rapina, é das prerrogativas e privilégios de seus integrantes. E tratam de esconder sob a capa da lei todo o tipo de imoralidade, para atenderem aos interesses pessoais de governantes, legisladores e gente de toga.
Considerada a natureza do Poder Judiciário, em cujo topo se encontra o Supremo Tribunal Federal, que tem a obrigação de fiscalizar o cumprimento da Constituição, causam espécie as estapafúrdias e até infantis mordomias de que se servem seus ministros.
O mais recente gasto que vai para a nossa conta é uma área reservada exclusivamente para o embarque dos ministros daquele tribunal, no aeroporto de Brasília, longe dos olhos do povo. Eles não se garantem em suas decisões e nós pagamos o pato. Pagamos por seus erros e por seus medos.
Se não temos uma Justiça confiável, a quem podemos apelar? Se o Judiciário, que devia ser o sustentáculo jurídico da nação, garantindo o exercício dos direitos e o cumprimento dos deveres, se encastela num reino de fantasia e gasta o nosso dinheiro com a facilidade de um perdulário, só nos resta viver como súditos das trevas do poder. Está tudo perdido.


segunda-feira, 18 de junho de 2018

SEM PAAVRAS*
Mariléia Sell

Nesta semana uma estudante do curso de Letras me entrevistou sobre bilinguismo. Eu sou bilingue desde criança. O problema é que a primeira língua que eu falava era uma língua proibida. Sim, minha professora da 1ª série nos proibiu de falar o hunsrück na escola. Proibiu terminantemente e ai que a desobedecêssemos; seria castigo físico na certa. Não, não estou falando da Idade Média; meu ingresso escolar foi em 1980. A pedagogia moderna ainda não tinha conseguido chegar naquele lugar remoto. Os castigos variavam entre ficar ajoelhada em um canto da sala, ou ficar de pé, com os braços erguidos, também em um canto, virada para a parede. Eu evitava, morria de medo da professora, tão grande e tão importante. Ficava quieta. Bem quietinha. Não sabia falar uma única palavra em português quando entrei para a escola. Fiquei sem palavras. Fiquei muda até as férias de inverno, até aprender alguma coisinha.
Na entrevista, a aluna pediu para narrar alguma situação vivida, em que a questão da língua tivesse ficado evidente. Resolvi contar uma história que nunca havia contado antes. Tem coisas que são humilhantes demais para serem trazidas à luz; então as deixamos soterradas em algum porão da memória. Não as nomeamos, na esperança de não lhes dar vida. Mas não adianta, se não as batizamos, viram fantasmas que nos assombram para sempre.  Hunsrück, diziam, não é uma língua; é um dialeto, uma corruptela da língua oficial. Desde cedo, as crianças do interior aprendiam a ter vergonha dessa marca linguística. Ela identificava várias categorias socialmente desprestigiadas: éramos colonos e éramos pobres. Não tínhamos a sofisticação de falar uma língua pura. Quando finalmente aprendíamos o português, ficava o sotaque, o que era também uma sentença de fracasso social. É uma colona! É uma colona!
Entrei direto na primeira série, sem prelúdios, sem preparações para enfrentar o hostil universo escolar. E meu ingresso não poderia ter sido mais traumático. Nada em mim era adequado para aquele mundo.  Nem mesmo no recreio eu podia falar a minha língua inferior. Eu brincava de roda, mas não cantava. Eu pulava corda, mas não contava alto. Fui adquirindo muita perícia como muda. Um dia, porém, as palavras realmente me fizeram falta. O hunsrück estava na ponta da língua para manifestar uma urgência, mas não podia pedir para ir ao banheiro na língua proscrita. A ameaça do castigo me paralisou. Adiei a ida para a hora do recreio. Não deu tempo.
Agora, além de todo o meu capital simbólico ser reduzido à pecha de colona que fala o hunsrück, eu ainda seria uma mijona. Acabou ali a minha dignidade e a minha vida social, que sequer havia começado.  Aprendi na pele a constatação empírica de que nada pode ser tão ruim que não possa piorar. A minha primeira série foi um calvário. Aos sete anos de idade, eu já tinha a informação de que seria obrigada àquela penitência até os 14 anos. Nenhum dia a mais, jurava para mim mesma!
 Minha sorte mudaria para sempre quando meus pais se mudaram e eu encontrei a melhor professora do mundo, na 2ª série. Ângela me salvou da ruína da ignorância. Ela salvou a minha vida. Além disso, na nova escola ninguém sabia do meu passado vergonhoso. Podia começar uma vida nova, aos 8 anos. Hoje, pensando sobre tudo isso, me ocorre que talvez o fato de eu ter me tornado professora e linguista seja a minha vingança a essa experiência que tive na escola, com a língua. Vingo-me também ao contar essa história. Libertei o fantasma, dei-lhe nome e sobrenome. Agora ele passeia comigo à luz do dia.
*Mariléia Sell é Professora Doutora dos Cursos de Letras e Comunicação da Unisinos

sexta-feira, 15 de junho de 2018



A CEIA E A IGREJA DESTROÇADA

João Eichbaum
À primeira vista, parece que o cara, ao lado de Jesus Cristo, está levantando o dedo médio, com aquele jeito debochado que causa indignação e pode terminar em sopapos, porque é exatamente o dedo que usa o urologista, para cavoucar onde macho não gosta. Mas, não. É o dedo indicador e, pela cara do sujeito, a impressão que se tem é de que ele está a censurar o mestre: “olha só o que teu Pai fez, e tu que conheces o truque de domar tempestades, deixaste que tudo isso acontecesse, sem fazer alguma coisa”?
Jesus Cristo, porém, com as mãos espalmadas sobre mesa, tem um ar de quem tomou vinho com sobriedade. Nenhuma centelha de desencanto lhe aparece nos olhos, nada  lhe denuncia aflição: dá a entender que não lhe cabe questionar os surtos de fúria de seu Pai.
Junto à mesma mesa, de pé, um cara metido numa túnica azul, com amplo decote mostrando uma lânguida pele de moça, parece estar tomado de indignação, apontando para os destroços e se dirigindo a dois companheiros, como se estivesse cobrando deles alguma providência.
De fato, os destroços, um monte de tábuas no chão, caibros pendentes do que restou do teto, fios de luz dependurados, tijolos quebrados, estão no primeiro plano de uma fotografia, cujo foco é uma parede inteira, que serve de tela para uma pintura da “Santa Ceia”.
A vista da aterradora devastação empresta vida às figuras de Jesus Cristo e de seus apóstolos, graças ao flagrante contraste: os destroços representam a inanição, enquanto a pintura, baseada na célebre obra de Leonardo Da Vinci, realça expressões humanas depois de um ágape regado a vinho.
Realmente, a foto estampada na capa da Zero Hora, mostrando a destruição de uma igreja, da qual restou intata apenas a parede usada para aquela pintura, foge ao comum dos apanhados fotográficos. Ela revela uma obra que ganhou vida, tendo seus traços alimentados quase ao nível da terceira dimensão, graças ao temporal que se abateu sobre a cidade de Ronda Alta com uma fúria bíblica, na última terça feira.
É assim. A vida é uma colcha de retalhos, costurada por acasos. Há os acasos sociais, causados por nossa índole gregária, e há os acasos produzidos pelas forças da natureza. Entre uns e outros nos movemos, quer produzam eles maravilhas, quer produzam desgraças. Mas, há maravilhas também, no meio das desgraças, como essa foto que foi registrar notícia ruim e acabou se transformando em obra de arte.




quinta-feira, 14 de junho de 2018


HUGG...!

Por Carlos Maurício Mantiqueira*


Antes, guerreiro indômito; hoje dá ânsia de vômito.

Tamanha é a “incompetânsia” desse bando de “melância”.

A unidade do país periga e seguem empurrando com a barriga a única real solução.

Na undécima hora, viram a cara pro outro lado, com “nojinho”.

Pobre de nós articulistas.

Cada novo dia é uma “tortura” entender a sinecura.

Enfim, arar tentemos com os bois que temos.

Na manada só há mochas e “troxas”?

Quando o primeiro urubu for empalado, surgirá o time de achar “culpado”?

"Afinal, nada fizemos de mal ! Estávamos, como bela Inês, postos em sossego, a gozar dos anos, conforto macio como pelego!”.

"Agora esse atropelo; área separada para embarque...”

Quem prevaricou, com as consequências arque.

Chega ao fim o de diversões, parque.

Na era do zap-zap, das “selfies” e do falso buque, todos já lhes conhecemos as caras. Um dia a casa cai!

Fantasia de “bonzinho” só pro Clovis Bornay!

*Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.
Fonte: ALERTA TOTAL


quarta-feira, 13 de junho de 2018


PENSAMENTOS DO RUI ALBERTO*

Lá vêm eles novamente, os que não veem que mudamos, querendo se encarregar de gerir os dinheiros que coletam de nossos impostos como se fossem gentios africanos de nação africana, onde o deserto e o mar dificultam o acesso a nórdicos costumes de conforto moral e cívico.

Eles vêm para pedir votos com sorrisos e promessas vazias de certezas, mas cheias de verbas certeiras a serem distribuídas a torto e a direito por novos esquerdistas e velhos direitistas que querem endireitar o que nasceu torto e nunca se quis aprumar, como pau de dar em doido.

Collor, Maia, Marina, Ciro, os de Lula, os de Sarney, os de todas as partes, expertos em dissimular, como quem vem para intervir, trocando uma quadrilha por outra, levando dinheiro para Miami, Ilhas Virgens, Portugal, Israel, Ilhas Cayman, Zurique, Havana, qualquer país que não seja aqui nem ali nem além, que nunca se sabe em quais não se deposita.

Idiotas continuarão a votar o futuro da nação.
Abstencionistas olharão com olhos isentos os resultados.
Conformistas votarão em esperanças vãs postergando o usual.
Revolucionários não se veem.
Não se disputa o bem-estar popular, mas o poder de mandar.
Assim não se muda nada, como a liberdade igualdade e fraternidade empunhada por céleres guilhotinas.

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terça-feira, 12 de junho de 2018


QUE PAÍS É ESSE?
João Eichbaum
Vive-se no Brasil um momento caótico, viciado por incertezas, desmandos políticos, roubalheiras, corrupção, comandos ociosos e ministros inúteis. Não há como não sentir a insatisfação generalizada do povo, o medo, a insegurança, a desconfiança na Justiça. Gerando assombrosa quota de desemprego, a economia combalida faz despencar o valor da moeda.
Mas, os brasileiros figuram em terceiro lugar na lista das pessoas que mais ingressos adquiriram para a Copa do Mundo na Rússia. À frente, estão os russos, porque o torneio é lá na casa deles e, a seguir, os americanos, porque são ricos. Consta também que os mesmos brasileiros batem o recorde na aquisição de figurinhas para o álbum da dita Copa.
A seleção de futebol do país está torrando dinheiro. Seu treinador é um dos mais bem pagos do mundo. Ao embarcar para a Europa, antecipando-se a todas as seleções, a brasileira foi cercada por um aparato de guerra, garantindo a segurança para os jogadores: uma segurança que jamais foi posta a serviço de quem colabora para o desenvolvimento do país, através do trabalho.
Para quem não sabe, ou não se lembra: um ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol está preso nos Estados Unidos, cumprindo pena de corrupção, por dinheiro mal havido através do futebol. Outro responde a processos pelos mesmos motivos.
Os desmandos praticados na copa de 2014, os rios de dinheiro que foram parar nas mãos de políticos, as obras que ficaram no papel e nas promessas, e as que foram realizadas sem se terem prestado para alguma coisa útil, tudo isso parece esquecido.
E a imprensa insiste em botar goela abaixo do povo a tal de Copa. Desde a capa, páginas e páginas de jornal são gastas nesse assunto. A Globo, principalmente, tenta imbuir as pessoas de um sentimento místico, uma espécie de romantismo, um simulacro de felicidade.
Bem. Ela, a Globo, sabe com que bois lavra. Está investindo no tribalismo das banalidades, única forma de que ambas dispõem, ela e a seleção de futebol, para seduzir os brasileiros que sofrem felizes, porque não conhecem outra ordem de valores.



segunda-feira, 11 de junho de 2018


PLANETACHO


ESQUEMA
Faltando poucos dias para iniciar a Copa, o técnico Tite ainda tem algumas dúvidas. Usa três volantes ou joga no esquema Gilmar Mendes...com o time mais solto.

DE PRIMEIRA
A quebra do sigilo telefônico do presidente Temer deve mostrar que uma palavra se repita por mais de dez mil vezes: primeiramente...

SUPER
Depois daquela semana sem aulas e com a falta de legumes nos mercados, sem dúvida nenhuma os caminhoneiros passaram a ser os super-heróis preferidos da gurizada no País.

OS RUSSOS
Jogando pouco futebol, os jogadores da seleção russa tentam se animar, adotando o bigode no visual. O destaque do time deve ser Ribarinski Sarneyzóviski...

ÔNIBUS
 Já Minas Gerais contabiliza mais de 60 ônibus queimados esta semana, batendo recorde de Roma na administração de Nero.

NA CAPITAL
Por falar em Nero, o prefeito de Porto Alegre esta semana polemizou ao querer cobrar aluguel para a utilização da praça da Alfândega pela tradicional feira do livro. Até a estátua do poeta Mário Quintana que ocupa aquele espaço deve ter sacudido a cabeça.

JUNHO
Já estamos em plena época das festas juninas, embora as quadrilhas atuem sem interrupção durante todo o ano.

Fonte: ABC






o o ano.


sexta-feira, 8 de junho de 2018

UMA LEI DE CONTOS DE FADA
João Eichbaum
Os tiros encontraram eco no edifício ondulado da estação do trem, multiplicando os estampidos, como se fosse uma rajada de metralhadora. Apanhadas de surpresa na manhã ainda escura e chuvosa, as pessoas que se dirigiam para a estação, foram tomadas de pânico. Algumas correram desesperadas, em busca de refúgio. Outras simplesmente correram, porque viam todo mundo correndo. Um tormento invisível as dominou a todas.
Aos tiros, seguiu-se o silêncio que encobria a manhã. Ao pavor das pessoas seguiu-se a curiosidade. Meu Deus, o que foi isso? O que teria provocado tal surto de maldade àquela hora da manhã, quando grande parte da cidade ainda dormia e os poucos que estavam na rua se dirigiam ao trabalho?
No corredor que leva a uma das entradas da estação jazia um corpo semeado de balas. Só com a chegada da polícia, os mais curiosos tomaram coragem para se aproximar. Tinham sido dez tiros de pistola automática e não uma rajada de metralhadora.
 E não levou muito tempo para que corresse, de boca em boca, a biografia da vítima: apenado do regime semiaberto, com condenações por porte ilegal de arma, lesões corporais, roubo e tráfico de drogas.
É assim que agem as facções criminosas, em suas funções de Estado paralelo: traçam destinos infames, sem direito a defesa, nem a explicações. Ao passar do regime fechado para o regime semiaberto, o condenado deixa o presídio, carregando o peso de missões a cumprir. Se não as cumpre, o poder criminoso o elimina.
E isso acontece quando o Estado não consegue distinguir o direito do avesso das leis e se entrega à preguiçosa tarefa de copiá-las de países desenvolvidos. Então, transplantes legislativos são feitos com ignorância de idiossincrasias, como se as leis pudessem, por si mesmas, mudar a índole de um povo e dos Estados porosos à corrupção.
A Lei das Execuções Penais do Brasil é uma delas. A progressão de regime, nela prevista, não passa de um aborto legislativo. O Estado, que não educa, entrega o condenado a um sistema que só ensina o revés da vida. Depois o retira daquela miserável realidade e o devolve ao meio social. As leis paralelas do sistema criminoso fazem o resto.
E isso acontece quando 

quinta-feira, 7 de junho de 2018


APRÈS LA CHUTE

Por Carlos Maurício Mantiqueira*


Não sabe francês, meu caro freguês? APRÈS LA CHUTE, na tradução tabajara, significa: "DEPOIS DO CHUTE...

Depois da copa ( que é um espanholismo; o correto é TAÇA) veremos o povo oprimido dar um chute no “cul de sac” ( ou no c. ou no saco do desgoverno !)

Sem saída, com uma desavergonhada e mentirosa desculpa de que as instituiCães estão funcionando, os arautos da melancia só podem esperar porcaria.

Mais dia, menos dia os Cãominhoreiros farão uma paralisaCão mais inteligente. Em lugar de trabalhar com prejuízo, ficarão em casa, com seus caminhões pacificamente estacionados em seus quintais. Começarão a viver de pequenos “bicos”, mas perto de suas famílias e sem os riscos de viagens por estradas esburacadas e sem vigilância contra assaltos.

Na prática, sobrará diesel e faltará comida (e outros bens de consumo).

O vampiro e seus acólitos poderão enfiar a caneta naquele lugar.

Pararão de fingir que “estamos numa democracia” e terão coragem de estabelecer o Estado de Defesa (ou o de Sítio de Atibaia !) ?

Basta que a oficialidade média descumpra uma única ordem ilegal, e o castelo de cartas desabará. (Igualzinho ao edifício do Largo do Paissandú, em São Paulo).

A cúpula castrense, nomeada pela cópula petista, defenderá o povo ou o Governo do Crime Organizado ?

A Criméia é aqui ! Ser-nos-á tomada pela coisa ruça ?

De traidor, a quem servirá a carapuça ?

Quem serão os emboabas da crise que não se acaba ?

Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador
FONTE: ALERTA TOTAL