segunda-feira, 7 de julho de 2008

AS COISAS DA VIDA

ELAS MOSTRAM O REGUINHO
João Eichbaum
Ah, aquela faixa de pele nova, fresca e desembaraçada logo abaixo dos quadris, que as minas gostam de mostrar. Elas deixam, de propósito, pra gente ver. Às vezes, sabe-se lá, por costume ou por arrependimento, elas puxam as calças pra cima e, nesse movimento de estica e puxa, não sei se por querer, ou querendo, elas rebolam os quadris, para que as calças se ajustem. A bundinha sobe e desce, ligeiramente, mexendo prum lado e pra outro, as carnes tremem e a gente fica parado, quieto, em êxtase, como o padre Réus, quando rezava a missa e subia quatros palmos, pairando no ar, e perdendo o entendimento das coisas.
Numa hora dessas a gente até esquece de meter o pau na prefeitura por causa dos buracos na rua e de xingar o governo por causa do MST, que atravanca o trânsito e nos faz perder a hora.
É claro que esse esforço da gata é por nada ou por pouco. Em seguida, resolutas e renitentes, as calças deslizam de novo, monte glúteo abaixo, que geralmente é de uma abundância suficiente para deslumbrar o mais distraído dos machos.
Há variações naquelas faixas, de carne branca, morena ou mais escurinha. Algumas são discretas, mal e mal aparecem. Mas o que mostram é o suficiente para deixar o cara mais excitado porque, na verdade, - é sempre assim – quanto maior é a curiosidade, maior é a excitação, o anelo pelo território desconhecido. As mais generosas, aquelas de aproximadamente quatro dedos, mostram horizontes mais amplos, zonas mais nítidas, naturalmente: a pontinha da coluna dorsal, a curva bem pronunciada dos quadris e – ah, sim – a parte superior da calcinha, que nos faz pensar na beleza das cores, no contraste da pele, na impertinência da calça jeans, em como seria a dona sem ela. Enfim, a síntese de toda a beleza.
Tudo isso sem contar a comissão de frente, aquela parte que mostra uma barriguinha sarada, não poucas vezes ornamentada por um brilhante “piercing”.
São assim as mulheres. Elas aguçam a curiosidade, levam-nos para o mundo movediço e flutuante da imaginação, despertam fantasias, solicitam-nos, por favor, os olhares, mas ai de nós se mostrarmos efetivamente e concretamente um vivo e real interesse. Aí já falam em assédio, taradismo ou coisas do tipo “esse velho não se encherga”..
Não temos idéia do que lhes vai pela mente, sabendo que a espécie macho sempre carrega consigo o seu armamento, mesmo aqueles que fingem castidade. Não sabemos até que ponto o ego delas é capaz de ir, para atrair admiração, para congregar olhares, para despertar suspiros e tesões., para aguçar desejos alheios, nem sabemos porque o fazem se, na hora do melhor, elas nos dão um “chega pra lá”.
Mulher não é como mosquito, que irrita e propaga o mal. Mas quem é que a entende?

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