GILMAR MENDES NO FLAMENGO
João Eichbaum
É disso que o povo gosta, é isso que o povo quer – parafraseando a Berenice Azambuja. De um lado o Gilmar Mendes soltando um cara que tem uma grana altíssima, capaz de comprar qualquer imóvel ali na praça dos Três Poderes. Falei em imóvel, viu? Para que você tenha uma idéia do que seja o tamanho da grana do cara. O que você faria com um dinheiro desses, se estivesse preso, é coisa que só você mesmo pode resolver. Eu, de minha parte, tenho certeza, mofaria na cadeia, porque sou pobre que nem rato de sacristia.
Do outro lado, isto é, na outra página do jornal, a turma do Flamengo: quatro craques com oito mulheres “de má vida”, como diria o Santo Padre o Papa. Quero explicar, para que não ponham o Papa no meio, que eles não estavam reunidos em nome do Senhor, mas sim para curtir a maior farra, tipo duas por um, no mínimo. Até que, já alto do chão, certamente, um deles quis praticar o “crescei e multiplicai-vos” da mesma forma que o faziam Adão e Eva, isto é, para a finalidade específica de “ se multiplicarem”, sem os incômodos daquela matéria sintética que impede o “multiplicar-se”. Estão me entendendo? Ta bem, vou ser mais explícito: sem camisinha.
Só que a mina, profissional do ramo, não podia se arriscar a um acidente de trabalho. Sua consciência profissional não o permitia. Então, não deu outra: o pau comeu. Entendam, por favor, o que eu quero dizer: a mina levou uns petelecos do garanhão e, se não fosse a turma do deixa disso, a coisa teria sido pior. Só que piorou até o ponto em que o povo gosta. A mina foi na Delegacia da Mulher. E aí viu né. O cara que queria no ativo, acabou no passivo: si fu...Deu rebu, deu manchete, a mulher do cara, ou seja, a titular, que não queria saber de serviços de alcova terceirizados, lhe deu um baita ponta pé na bunda e bateu a porta.
Ah, sim, o Gilmar Mendes. Não conheço esse senhor. Parece que até doutor é, formado na França. Sei que é servidor público – possivelmente concursado na AGU. Só não sei se foi advogado militante, por conta própria, alguma vez na vida. Duma coisa tenho certeza: juiz de direito ele nunca foi, porque não é qualquer um que passa nesses concursos.
O que sei é que ele mandou soltar um cara cheio grana, e o juiz que tinha mandado prender o dita cara ficou puto também da cara e prendeu de novo o endinheirado. E o Gilmar, também puto da cara, tornou a soltar o cidadão, que assim deve ser chamado porque “indivíduo” é só ladrão de galinha. Assim então ficou: o cara entrou, saiu, tornou a entrar e saiu de novo. Ou seja, o Gilmar Mendes levou um baita drible do juiz de primeiro grau, se levantou, “deu a volta por cima”, como dizem os boleiros e partiu pra outra.
Por esse drible, não sei se ele seria contratado pelo Flamengo, mas pela velocidade, ah, isso sim, ele faria um bom contrato. E eu que “sou Flamengo e tenho uma nega chamada Tereza”, o quero no rubro-negro. Nunca vi na minha vida alguém decidir com tamanha velocidade: de manhã o cara cheio da grana estava preso, de noite não estava mais. Ou vice-versa: da noite para o dia. Que preparo físico gente! Sim, tenho de acreditar que essa velocidade seja fruto do preparo físico do senhor Gilmar, porque os meus conhecimentos de foro e de justiça não me autorizam o contrário: não é crível que o dito senhor Gilmar tivesse sobre sua mesa de trabalho aquele único processo. Então, pela velocidade, ele tem que ser contratado pelo Flamengo, no lugar daqueles festeiros. Tenho certeza de que ele ficará satisfeito: bola na rede e bicho no bolso.
Mulheres e dinheiro! Que combinação! E isso é que dá manchete. É disso que o povo gosta. Porque chorar não adianta. A gente só tem que rir da cara deles, enquanto eles se divertem com o dinheiro da gente.
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