quinta-feira, 29 de abril de 2010

VARIAÇÕES EM TORNO DO TEMA FIADASPUTAS

ESSA É A JUSTIÇA

João Eichbaum

Não sei se vocês já observaram, mas volta e meia há juízes escrevendo para jornais, enaltecendo a justiça, ou seja, se autoelogiando. O que eles dizem é que a justiça é sublime, que o Poder Judiciário é isento, que os juízes não são corruptos, nem preguiçosos, que trabalham de sol a sol e deixam o povo crédulo, contente e batendo palmas, porque confia na justiça. E por aí seguem encômios e laudas.
Mas quem conhece os homens, conhece os juízes e não engole as explicações que eles vêm dar para os jornais.
Por exemplo. Cansado de esperar pela decisão de um processo, que estava nas mãos do ministro Joaquim Barbosa, - o primeiro afrodescendentão que entrou no STF pelas cotas do Lula, - um advogado tributarista do Mato Grosso representou contra ele no CNJ. Vocês sabem o que é isso? É o tal de Conselho Nacional de Justiça, criado para botar ordem na casa, e que atualmente até propaganda tem feito na mídia, adivinhem para quê? Para se autoelogiar. Com o nosso dinheiro, naturalmente.
Bem, mas contava eu que o advogado representou contra o ministro que havia sentado em cima do processo. Aí, o CNJ, que se proclama o moderador dos bons costumes judiciários, caiu fora: não, não, não é com a gente, a gente não fiscaliza ministro do Supremo Tribunal Federal.
Viram só? Pra que é que serve o CNJ? Pra deixar os ministros do Supremo fazerem, ou não fazerem, o que lhes aprouver. Eles são juízes acima de qualquer mortal comum, estão numa redoma de vidro à prova de tudo.
Mas, o advogado não foi nessa e ingressou com mandado no próprio STF contra a decisão do Conselho Nacional de Justiça. Aí o mandado de segurança caiu nas mãos da ministra Elen, a mesma que, quando soube que o Joaquim Barbosa tinha sido indicado para o STF, exclamou: “ué, agora até quem bate em mulher já pode ser ministro do Supremo?”
Pois bem. Sobre o mandado de segurança, ela, como relatora, pediu informações ao Joaquim.
Não deu outra, gente. Pressionado, o afrodescedentão correu e anunciou o julgamento do processo sobre o qual estava sentado, descansando de suas peladas com os amigos.
Então, ficou assim: o dito pelo não dito, arquivaram o mandado de segurança. Tudo numa boa, tudo em casa, tudo em família.
E você, aí no fundo, esperava que ele fosse punido, é? Até pode ser que um ministro seja punido. Mas isso só acontecerá no dia em que a Angelina Jolie me telefonar, implorando para que eu passe uma noite com ela.

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